PERÍCIA

Polícia fará nova perícia no prédio do Hospital Badim nesta terça

O incêndio no hospital na última quinta-feira deixou 12 mortos

Agência Brasil
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Publicado em 16/09/2019 às 21:57
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
O incêndio no hospital na última quinta-feira deixou 12 mortos - FOTO: Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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A Polícia Civil pretende fazer nesta terça-feira (17) uma nova perícia no prédio do Hospital Badin e no gerador onde teria começado o incêndio na quinta-feira (12) que deixou 12 mortos. A perícia terá a presença de técnicos da empresa responsável pelo equipamento.

Nesta segunda-feira (16), funcionários da equipe de manutenção do Hospital Badim que estavam no local na hora do incêndio prestaram depoimento na 18ª Delegacia de Polícia (Praça da Bandeira), encarregada do inquérito, e peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) fizeram uma perícia nas instalações. A fumaça tóxica que se desprendeu e tomou todo o prédio de seis andares foi resultado da queima de óleo diesel após um incêndio no gerador do hospital.

A polícia técnica esteve novamente nesta segunda-feira no hospital e os peritos ficaram por duas horas e meia no subsolo do prédio, deixando o local por volta das 13h10. No subsolo, onde começou o fogo após um curto-circuito, tinham quatro tanques com capacidade de armazenar 250 litros de óleo diesel em cada um. O hospital não informou se todos os tanques estavam cheios.

Vazamento de gás

Ainda nesta segunda-feira, equipes do quartel do Corpo de Bombeiros do quartel de Benfica, na zona norte, foram acionados para verificar a denúncia de vazamento de gás nas instalações do Hospital Badim. Em nota, o Hospital Badim informou que, por volta das 19h30, a empresa fornecedora de oxigênio realizou a abertura de um dos tanques para evitar a variação abrupta de pressão no equipamento. 

“O procedimento foi adotado em função da falta de consumo pelo fechamento do hospital nos últimos dias. O Corpo de Bombeiros constatou a normalidade [da operação] e não se encontra mais no local”, informou a nota.

12ª vítima

A 12ª vítima do incêndio  foi identificada como Yolandina Gaspar. A Polícia Civil não confirmou, no entanto, a idade da vítima. Ela sofria de problemas renais crônicos e engoliu muita fumaça tóxica produzida pelo óleo diesel usado no gerador. 

Em nota, a assessoria do hospital informou que ressalta que “todos os esforços e dedicação das equipes médicas envolvidas foram empenhados para a recuperação da paciente, assim como tem sido feito diariamente no atendimento prestado”.  

De acordo com o hospital, 54 pacientes continuam internados. Há também 10 familiares e cuidadores de idosos internados por ingestão de fumaça tóxica.

Nome das vítimas confirmadas na última sexta-feira (13):

- Maria Alice Teixeira da Costa, 75 anos

- Luzia dos Santos Melo, 88 anos

- Virgílio Claudino da Silva, 66 anos

- Ana Almeida do Nascimento, 95 anos

- Irene Freitas, 83 anos

- Berta Gonçalves Berreiros Sousa, 93 anos

- Marlene Menezes Fraga, 85 anos

- Alayde Henrique Barbieri, 96 anos

- Darcy da Rocha Dias, 88 anos

- José Costa de Andrade, 79 anos

- Ivone Cardoso, idade ainda não divulgada

Garantia

Representantes do Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro estiveram nesta segunda-feira na administração do Hospital Badim e entregaram um Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT) para evitar a demissão de enfermeiros pelo prazo de um ano e para que os profissionais também não tenham os dias descontados pela interrupção no atendimento.

Os dois prédios do hospital no bairro do Maracanã estão sem funcionar. O mais novo, inaugurado no ano passado, não foi atingido pelo fogo, mas “não está operacional”. Ele também foi esvaziado na quinta-feira passada durante o incêndio e não voltou à rotina normal. 

A assessoria do hospital informou que a medida administrativa referente aos enfermeiros não está em cogitação no momento. Segundo a assessoria, a prioridade é dar suporte para as famílias das vítimas e não há previsão para abertura do prédio novo do Badim.

O incêndio

Um incêndio no Hospital Badim, no Maracanã, Zona Norte do Rio de Janeiro, ocorrido no início da noite da quinta-feira, 12, provocou a morte de ao menos onze pessoas. Informações sobre a identidade das vítimas não foram reveladas. As buscas dos Corpos de Bombeiros já foram encerradas.

O incêndio foi provocado por um curto-circuito em um gerador, segundo o vice-governador do Rio, Claudio Castro (PSC). Quando as chamas se espalharam pelo prédio do hospital, dezenas de pacientes começaram a ser retirados às pressas. Muitos deles ficaram aguardando remoção na calçada, para desespero de familiares. Castro afirmou que 69 pessoas que estavam internadas foram conduzidas para outros hospitais.

Ao todo, 103 pacientes estavam internados na unidade. O Badim informou que nenhum dos 224 funcionários de plantão na hora morreu.

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