Procurado pela Polícia Civil como suspeito de ser um dos responsáveis por tentar incendiar a sede da produtora do grupo humorístico Porta dos Fundos, no Rio de Janeiro, na madrugada de 24 de dezembro, Eduardo Fauzi Richard Cerquise divulgou pela internet na tarde desta quarta-feira (1) um vídeo em que faz críticas ao grupo de humoristas.
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Após classificar os humoristas como "intolerantes", ele afirma que "quando o Porta dos Fundos escarnece do nome de nosso senhor Jesus Cristo ele pisa na esperança de milhões de pessoas que só têm Jesus Cristo como riqueza". E seguiu: "Quem fala mal do nome de Cristo prega contra o povo brasileiro. Esse é um crime de lesa-pátria. Eles são criminosos, são marginais, são bandidos", acusou.
Na semana passada, um grupo que se diz formado por "integralistas" divulgou um vídeo nas redes sociais em que reivindica o ataque à produtora. Eles afirmam que o atentado aconteceu devido ao especial de Natal da produtora que satiriza Jesus Cristo. No filme, os humoristas sugerem que Jesus teve experiências homossexuais. A Polícia Civil não confirmou se Cerquise faz parte do grupo de "integralistas".
O suspeito finalizou o vídeo pedindo orações: "Meu nome é Eduardo Fauzi, eu sou guardador de veículos, eu sou povo brasileiro. Se você crê, compartilhe, diga seu amém, me coloque em suas orações. Por Deus, pela pátria e pela família brasileira Anauê."
Anauê é uma saudação usada pelos integralistas, grupo político atuante no Brasil durante a década de 1930.
Até o fim da tarde, o vídeo já tinha sido visto por 8,1 mil pessoas.
Não é possível saber quando o vídeo foi gravado. Aparentemente, Cerquise está numa casa.
A reportagem do Estadão Conteúdo procurou o Porta dos Fundos, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.
Passagem por agressão
Cerquise, que é filiado ao PSL-RJ desde 2001, de acordo com o Tribunal Superior Eleitorial, tem passagens pela polícia, principalmente por casos de agressão e lesão corporal.
Em 2013, ele chegou a ser preso por dar um soco no então secretário municipal de Ordem Pública do Rio, Alex Costa, quando ele concedia entrevista à TV Globo. Na ocasião, Cerquise trabalhava em um estacionamento irregular no Centro que acabara de ser fechado em uma operação da Guarda Municipal.