O governo do presidente dos EUA, Barack Obama, acredita que a Rússia está preparando uma nova contraofensiva militar na Ucrânia, disse nesta quarta-feira (27) a porta-voz do Departamento de Defesa norte-americano, Jen Psaki. Segundo ela, os russos enviaram novos tanques e veículos blindados para o território vizinho.
A porta-voz disse que a incursão sugere que uma "contraofensiva coordenada pela Rússia provavelmente está em curso" nas cidades de Donetsk e Luhansk, no leste ucraniano. Psaki afirmou que os russos estão sendo desonestos sobre suas ações, mesmo para seu próprio povo.
Ela acusa as forças russas de entrarem até 50 quilômetros em território da Ucrânia, sem informar aos soldados ou a seus parentes para onde estão indo. Segundo a porta-voz, os funerais na Rússia e o retorno de soldados feridos para tratamento em São Petersburgo mostram o que o país está fazendo.
Psaki também expressou sua preocupação com o ataque de separatistas pró-Rússia a uma cidade portuária no sul da Ucrânia. Ela não informou, porém, se haverá alguma resposta por parte dos EUA.
Nesta quarta-feira, Kiev acusou a Rússia de entregar mais armamentos para rebeldes nas áreas controladas por eles no leste da Ucrânia e disse que soldados russos haviam cercado diversas cidades em um nova ofensiva na costa sul do país. Moscou nega ter enviado suprimentos para os insurgentes.
O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, afirmou, no entanto que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) tem evidências de que o Exército russo está operando diretamente no leste ucraniano. "Ninguém mais pode aceitar seriamente o discurso dos 'separatistas' na Ucrânia", disse Tusk ao Parlamento polonês.
Apesar da escalada da violência, diplomatas europeus dizem estar tentando manter o diálogo entre Moscou e Kiev. O ministro das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, afirmou que o acordo para um cessar-fogo bilateral e o efetivo controle sobre a fronteira entre a Rússia e a Ucrânia eram as chaves para dar um fim à "escalada espiral" do conflito.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, ligou para a chanceler alemã e disse que o encontro com o presidente russo, Vladimir Putin, na terça-feira, em Minsk, foi um "sinal positivo" que poderia levar a um acordo de paz. Putin, enquanto isso, insiste que não tem controle sobre os separatistas.