O presidente russo Vladimir Putin e o ucraniano Petro Poroshenko concordaram com um cessar-fogo permanente no leste da Ucrânia, anunciou o governo ucraniano após uma conversa telefônica entre os líderes.
"O presidente ucraniano conversou com o presidente russo sobre um cessar-fogo total (...) Concordaram com um cessar-fogo em Donbass", afirma um comunicado em referência à bacia de mineração do leste da Ucrânia que inclui as regiões de Donetsk e Lugansk, cenários de combates entre o exército ucraniano e os separatistas pró-Rússia.
Após uma série de vitórias, o exército ucraniano perdeu terreno na semana passada ante os separatistas. Kiev e os países ocidentais denunciam o envio de tropas e armas russas ao leste da Ucrânia para apoiar os insurgentes, o que Moscou nega.
O ministro ucraniano da Defesa, Valery Gueletey, advertiu nos últimos dias para o risco de uma "grande guerra" entre Ucrânia e Rússia, que poderia deixar "dezenas de milhares de mortos".
"Simplesmente precisamos de um alívio", afirmou à AFP uma fonte diplomática em Kiev que pediu anonimato.
De acordo com a mesma fonte, a presidência ucraniana não pretende congelar o conflito.
"Congelar o conflito significaria destruir o país. Poroshenko é consciente disso", afirmou.
O anúncio do cessar-fogo acontece na véspera da reunião de cúpula da Otan, na qual Poroshenko deve se reunir com o presidente americano Barack Obama.
O presidente ucraniano será recebido em 18 de setembro na Casa Branca.
O anúncio também coincide com a visita de Obama a Estônia, na qual o presidente garantirá aos países bálticos, membros da Otan e da UE, o apoio dos Estados Unidos contra uma eventual ameaça russa.
A Ucrânia reativou na semana passada o projeto de adesão a Otan e pediu "ajuda prática" à Aliança Atlântica.