Um policial branco matou um homem negro desarmado no Arizona com dois tiros na última terça-feira (2), em mais um caso similar ao de Michael Brown e Eric Garner, que geraram protestos em todos os Estados Unidos nos últimos dias. A polícia de Phoenix disse na quinta-feira (5) em um comunicado que um homem negro identificado como Rumain Brisbon, 34, foi detido sob suspeita de estar vendendo drogas.
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Segundo o relatório policial, Brisbon tentou fugir durante a abordagem e negou-se a obedecer a várias ordens do policial branco de 30 anos, cujo nome não foi revelado, mas que tem sete anos de experiência. Então, uma briga começou entre os dois homens enquanto o policial tentava prendê-lo.
"Durante a briga, Brisbon colocou sua mão esquerda no bolso e o policial segurou a mão do suspeito, mandando repetidamente que ele mantivesse a mão no bolso", disse a polícia. O comunicado detalha que o policial acreditou sentir a coronha de uma arma enquanto segurava a mão de Brisbon no bolso.
"O policial não conseguiu manter o controle da mão do suspeito durante a briga. Temendo que Brisbon tivesse uma arma no bolso, o policial atirou duas vezes, ferindo-o no peito". Brisbon foi declarado morto no local pouco depois da chegada dos bombeiros e dos reforços policiais. No bolso foi encontrada uma caixa de pílulas de oxicodona, um analgésico potente e viciante, consumido às vezes como droga recreativa.
Já em seu veículo, foi encontrada uma quantia de maconha e uma espingarda semiautomática. O suspeito tinha uma longa ficha criminal por assalto e roubo, segundo a imprensa local. Marci Kratter, um advogado de Phoenix que representa a família, disse que "várias testemunhas contradizem a versão da polícia". "É uma tragédia. Não tinha nenhuma arma e não ameaçou ninguém", acrescentou.
O novo caso ocorre num momento em que a tensão racial cresce nos Estados Unidos pela morte de dois homens negros desarmados, Michael Brown em Ferguson (Missouri) e Eric Garner em Nova York, mortos por policiais brancos que não foram indiciados. Tanto o presidente Barack Obama como seu secretário de Justiça, Eric Holder, se pronunciaram publicamente nos últimos dias para deixar claro que o governo está comprometido em melhorar a confiança entre as forças de segurança e as minorias no país.