A ofensiva em curso no norte do Iraque, a maior lançada até agora contra o Estado Islâmico (EI), obrigou o grupo jihadista a recuar, após a perda de um de seus principais líderes em um bombardeio aéreo americano, de acordo com Washington.
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Os combatentes curdos peshmergas, com apoio aéreo internacional, romperam o cerco no monte Sinjar, no norte do Iraque, na maior maior ofensiva contra o grupo até agora.
O Pentágono confirmou na quinta-feira (18) que vários importantes membros do grupo haviam morrido no mês passado.
Foram duas derrotas pesadas para o EI, que controla regiões iraquianas desde junho, o incluindo a cidade de Mossul, segunda maior do país, assim como amplas zonas territoriais na vizinha Síria.
"Posso confirmar que, desde meados de novembro, vários comandantes de médio e alto escalão em ataques aéreos da coalizão", disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby.
As autoridades militares americanas não informaram as identidades dos mortos, seus postos nem as datas de suas mortes.
Mas um alto funcionário americano disse, sem se identificar, que entre as baixas do grupo está Haji Mutazz (Abu Muslim al-Turkmani), que é o delegado para o Iraque e seria a maior perda para a organização neste ano.
Para Kirby, este golpe afeta a capacidade dos jihadistas de "ordenar e controlar as operações que estão em andamento".
As autoridades do conselho da região autônoma do Curdistão descreveram a operação como a mais bem-sucedida até agora.
Estima-se que em dois dias cerca de 8.000 combatentes curdos (peshmergas) tenham avançado em cerca de 700 quilômetros quadrados nas regiões de Sinjar e Zumar, graças a cerca de 50 ataques aéreos anteriores da coalizão liderada pelos Estados Unidos.
Na quinta, eles conseguiram chegar ao Monte Sinjar, onde milhares de pessoas da minoria yazidi, que o EI considera hereges, estavam sitiados há meses.
"Os peshmergas libertaram cerca de 70% das áreas em torno do Monte Sinjar, mas a parte da região do sul de Sinjar seguem sob controle do EI", disse por telefone à AFP Faisal Saleh, um membro da comunidade yazidi.
EI EM RETIRADA - Os jihadistas do Estado Islâmico proclamaram um "califado" nos territórios sob seu controle no Iraque e na Síria, após uma rápida ofensiva.
Em agosto, o Monte Sinjar foi cenário de um dos episódios mais dramáticos do avanço do Estado Islâmico no Iraque, quando dezenas de milhares de yazidis foram submetidos a um cerco, sem comida nem água.
O medo de um genocídio contra essa pequena minoria de língua curda foi um dos motivos que levaram o presidente americano Barack Obama a iniciar os ataques aéreos contra os radicais islâmicos.
Saleh contou que os peshmergas estão oferecendo ajuda às pessoas que mais precisam e que planejam levá-las ao Curdistão.
Khalaf Shamo, um combatente yazidi que também está na montanha, disse que os jihadistas causaram grande destruição antes de fugir.
"Podemos ver membros do EI saqueando casas em Sinuni e Kan as Sur. Podemos ver isso claramente", disse, referindo-se a dois povoados.
O EI perdeu o controle de várias regiões do Iraque, após o avanço das tropas do governo e das milícias xiitas no leste do país e no sul de Bagdá.
Em novembro, o EI foi expulso da região estratégica de Khurf al-Sakhr, ao sul de Bagdá, e da cidade de Baiji, ao norte, onde se viu obrigado a interromper o assédio à refinaria.
De acordo com as autoridades curdas após as operações dos peshmergas, muitos jihadistas buscaram refúgio ao longo da fronteira com a Síria e em Mossul.