Cerca de 15 mil pessoas foram nesta segunda-feira (12) às ruas de Dresden, no leste da Alemanha, para um novo protesto anti-islâmico. Alguns manifestantes usavam faixas pretas em sinal de luto pelo ataque ao jornal francês "Charlie Hebdo".
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O protesto do grupo Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente (Pegida, sigla em alemão) ocorreu apesar das condenações da chanceler Angela Merkel e de outros políticos alemães, que o consideram xenófobo.
Alguns dos manifestantes carregavam cartazes com os nomes das vítimas e mensagens de apoio aos familiares dos 17 mortos em Paris. "Estes atos terríveis na França mostram que o Pegida é necessário", disse aos espectadores Lutz Bachmann, um dos organizadores do ato.
Como em outras vezes, porém, a manifestação também atraiu grupos de extrema-direita e neonazistas, contrários à entrada dos imigrantes por considerar que estes prejudicam a cultura alemã.
Além de Dresden, o Pegida e seus aliados conseguiram reunir 1.500 pessoas em Munique e outras 400 na capital Berlim. Nestas cidades, porém, os manifestantes anti-islamismo foram ofuscados pelas contramanifestações.
Sob o lema "Queremos uma Alemanha multicolorida", grupos de esquerda e de partidos aliados ao governo Merkel levaram 20 mil pessoas às ruas de Munique e outras 4.000 ao Portão de Brademburgo, em Berlim, além de 5.000 em Leipzig.
No domingo (11), o ministro da Justiça, Heiko Maas, pediu à população que não participasse dos atos do Pegida e acusou o grupo de querer usar o atentado na França para se promover.
"Em Dresden, as pessoas querem usar uma tarja preta em memória às vítimas de Paris. Há uma semana, essas mesmas pessoas chamaram a imprensa de mentirosa".
MERKEL
Na manha desta segunda, a chanceler Angela Merkel confirmou que vai nesta terça (13) a um ato da comunidade muçulmana em Berlim contra o grupo anti-islâmico.
"O islã é parte da Alemanha e eu sou a chanceler de todos os alemães", afirmou.
O crescimento do Pegida, que fez suas primeiras manifestações em outubro, causou a preocupação dos líderes políticos da Alemanha.
A organização defende maior controle sobre a radicalização islâmica dos europeus e à entrada de ex-combatentes de milícias do Oriente Médio na União Europeia.
Logo após o ataque em Paris, o Pegida criticou os muçulmanos. "Os islamitas mostraram hoje na França que não sabem se comportar em democracia e só comtemplam a violência e a morte".
O governo acredita que 550 alemães tenham viajado à Síria e ao Iraque para integrar grupos radicais islâmicos.