O presidente Abdel Fatah al-Sissi convocou nesta segunda-feira os egípcios a "combater o terrorismo com um discurso religioso renovado", e não apenas com medidas militares e de segurança.
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"O ressurgimento do terrorismo precisa de uma reação bem pensada da comunidade internacional", declarou o chefe de Estado egípcio, em visita desde sábado aos Emirados Árabes Unidos. "Esta reação não inclui apenas uma ação militar e de segurança, mas a ultrapassa e engloba uma política de desenvolvimento econômico, social e cultural", acrescentou em um fórum dedicado às energias do futuro.
"Também se faz necessário um discurso religioso renovado e expurgado de novas ideias falsas que possam levar alguns a adotar a violência para impor suas ideias", prosseguiu Al-Sissi. O presidente egípcio garantiu seu apoio "aos esforços dos Emirados para proteger a segurança" do Golfo, que considerou "uma linha vermelha que não pode ser cruzada".
Al-Sissi se referia à política de tolerância zero dos Emirados diante dos partidários do Islã político. Dezenas de cidadãos árabes e dos Emirados foram condenados a penas de prisão nos últimos dois anos neste país, acusados de conspirar contra a segurança do Estado e de pertencer à Irmandade Muçulmana.
Os Emirados, junto à Arábia Saudita e ao Kuwait, são os principais apoios do Egito desde a chegada de Al-Sissi ao poder, após a deposição do ex-presidente islamita Mohamed Mursi em julho de 2013.
Em uma mensagem a todos os árabes, o líder egípcio lançou um apelo a preservar seus próprios países. "Estamos nos autodestruindo", afirmou, observando que os países árabes contam com o maior número de refugiados do mundo e se perguntando se a região passa por um período de mudança ou destruição.