A Alemanha fará tudo o que for possível para que se mantenha o cessar-fogo na Ucrânia e para que os confrontos registrados na segunda-feira em uma cidade-chave do país não "possam ofuscar o avanço alcançado", disse o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, em visita a Bogotá.
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"Queremos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que prossiga este cessar-fogo não apenas em grande parte (da Ucrânia), mas que consigamos inclusive através dos nossos esforços contribuir para que (a cidade de) Debaltseve não se torne um ponto de conflito permanente", declarou Steinmeier ao final de uma reunião com o presidente colombiano, Juan Manuel Santos.
"Queremos contribuir para que Debaltseve não continue sendo o local na Ucrânia Oriental que possa torpedear o progresso alcançado, mas isto, certamente, requer um esforço muito forte e isto é o que estamos fazendo", acrescentou o ministro, segundo a tradução de declarações que ele fez em alemão.
O alto funcionário alemão comentou assim a situação de Debaltseve, uma cidade estratégica que liga por ferrovia os redutos separatistas de Donetsk e Lugansk, e onde prosseguiam os bombardeios, apesar do cessar fogo, que entrou em vigor no sábado como parte dos acordos alcançados na quinta-feira passada em Minsk.
Milhares de soldados ucranianos estão presos nesta localidade estratégica, cercados de rebeldes pró-russos, alguns dos quais disseram à AFP que aguardam ordens para lançar uma ofensiva.
Steinmeier, que visita a Colômbia como parte de uma viagem oficial que o trouxe ao Brasil e o levará ao Peru, disse também ser "muito importante" que o cessar-fogo, "que começou de forma muito animadora, não saia dos trilhos".
"Na maior parte da Ucrânia oriental está se respeitando o cessar-fogo, o que ainda temos são enfrentamentos e um alto nível de tensão na região em torno de Debaltseve", reforçou.
Steinmeier disse ainda que tanto ele quanto a chanceler alemã, Angela Merkel, estão "comunicando-se permanentemente" com seus colegas russo e ucraniano para fazer o acompanhamento da situação.
Os acordos de Minsk, alcançados após árduas negociações das quais participaram Ucrânia, Rússia, Alemanha e França, tentam por um fim a um conflito que deixou quase 5.500 mortos em 10 meses.