Conflito

Regime sírio disposto a suspender incursões em Aleppo

violentos combates na cidade e em várias localidades da província de Aleppo deixaram um balanço de 158 mortos

Da AFP
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Publicado em 18/02/2015 às 14:04
Foto: Sana / AFP
violentos combates na cidade e em várias localidades da província de Aleppo deixaram um balanço de 158 mortos - FOTO: Foto: Sana / AFP
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O regime de Bashar al-Assad se comprometeu com o emissário da ONU na Síria a suspender por seis semanas seus bombardeios sobre a cidade de Aleppo, onde tenta reprimir os rebeldes.

Após uma grande ofensiva lançada na terça-feira, o regime conseguiu bloquear a principal rota de abastecimento de armas dos insurgentes, que une a segunda cidade da Síria com a Turquia.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), com sede na Grã-Bretanha, os violentos combates na cidade e em várias localidades da província de Aleppo deixaram um balanço de 158 mortos: 88 rebeldes e jihadistas e 70 no lado do regime e seus aliados (Hezbollah libanês, combatentes iranianos e afegãos).

Quando os combates explodiram, o mediador da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, anunciou em Nova York que o regime sírio havia "indicado que estava disposto a parar com todo bombardeio aéreo e tiros de artilharia durante seis semanas em toda a cidade de Aleppo" para permitir um cessar-fogo localizado.

Esta suspensão dos tiros e dos bombardeios começará "a partir de uma data que será anunciada em Damasco", para onde De Mistura se dirigirá "o mais rápido possível", assim como a Aleppo, com o objetivo de discutir os detalhes desta trégua local.

Plano difícil

O congelamento dos combates é um assunto constante para De Mistura desde que foi nomeado, em julho, substituindo Lakhdar Brahimi.

De Mistura declarou que a oposição armada, que não possui aviação, será solicitada a suspender por seis semanas os lançamentos de foguetes e o uso de morteiros.

O enviado especial espera poder estender estas tréguas locais a outras zonas, propiciando, assim, uma solução política ao conflito que, em quase quatro anos, já deixou mais de 210.000 mortos.

Além disso, reconheceu que colocar em andamento o plano será difícil, diante do fracasso de várias tréguas desde o início da crise síria.

Vários membros do Conselho de Segurança da ONU permanecem céticos diante desta iniciativa, lembrando que no passado, na cidade de Homs, sob a aparência de um cessar-fogo humanitário, a oposição armada precisou abandonar suas posições, ocupadas posteriormente pelas forças do regime.

Estrada bloqueada

Em terra, o exército sírio conseguiu de fato bloquear a principal rota de abastecimento dos rebeldes, segundo o OSDH.

"Isso não quer dizer que o regime tenha conseguido sitiar os bairros rebeldes da cidade de Aleppo", indicou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor da ONG. "Mas os insurgentes devem a partir de agora pegar atalhos para chegar à fronteira turca".

Por outro lado, De Mistura esclareceu suas declarações da última sexta-feira em Viena, quando disse que Assad "formava parte da solução" na Síria. Neste sentido, negou-se a antecipar o papel do presidente sírio em um futuro acordo negociado, mas explicou que o governo sírio, com sua potência armamentística, deve participar de qualquer solução para reduzir a violência.

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