O Parlamento da Ucrânia aprovou nesta quinta-feira (5) a ampliação em 30% do efetivo das Forças Armadas do país, em meio ao conflito com separatistas pró-Rússia nas regiões de Donetsk e Lugansk.
Leia Também
- Rússia não quer colapso econômico da Ucrânia, diz Lagarde
- Pelo menos 32 mortos em explosão em mina de carvão na Ucrânia
- EUA e UE defendem aumento da presença da OSCE na Ucrânia
- Observadores da OSCE serão enviados para pontos de tensão na Ucrânia
- Situação na Ucrânia continua difícil, afirma chanceler
- Secretário americano John Kerry otimista após discutir com chanceler russo a crise na Ucrânia
- Comissão da ONU culpa Rússia por alimentar conflito no leste da Ucrânia
A medida, que foi uma resposta do presidente Petro Poroshenko ao avanço separatista de janeiro, foi aprovada por 270 dos 423 deputados que compõem o Legislativo. Com isso, as tropas das três forças poderão ter até 250 mil homens no total.
A maior parte dos novos soldados serão enviados às duas regiões conflagradas, onde os rebeldes controlam quase a metade do território. O objetivo é renovar a tropa que combate contra os separatistas, que desde abril sofreu mil baixas.
O aumento do número de soldados é aprovado 20 dias após o início do cessar-fogo, acertado em acordo mediado por Rússia, Alemanha e França em Minsk, capital de Belarus, em 12 de fevereiro.
Desde que a trégua entrou em vigor, no dia 15, ambos os lados se acusam de violá-la. Nesta quinta, o contingente militar da Ucrânia informou que houve 40 quebras do cessar-fogo em Donetsk e Lugansk nas últimas 24 horas.
Segundo o porta-voz da operação militar, Anatoli Stelmaj, a situação é mais complicada na região da cidade de Donetsk, o principal bastião rebelde. Por outro lado, os separatistas acusam as autoridades de Kiev de violarem a trégua 25 vezes.
RÚSSIA
Nesta quinta, a Rússia, acusada de fornecer armamento e combatentes aos rebeldes ucranianos, iniciou exercícios no sul do país, incluindo territórios em disputa nas regiões de fronteira.
Os exercícios envolvem mais de 2.000 soldados de combate antiaéreo e 500 itens de armamento, e vão durar pelo menos até 10 de abril, de acordo com a agência de notícias Interfax.
Segundo o ministério, os exercícios ocorrem nos distritos do Cáucaso Sul e Cáucaso Norte, e também em bases militares russas na Armênia, nas regiões separatistas da Georgia Abkházia e Ossétia do Sul e na região ucraniana da Crimeia, que Moscou anexou no ano passado.
Os exercícios provavelmente serão vistos pelo Ocidente como uma demonstração de força da Rússia, em meio a tensão nos laços entre a Rússia e o Ocidente devido à crise na Ucrânia.