Os senadores republicanos dos Estados Unidos publicaram nesta segunda-feira uma carta dirigida às autoridades iranianas com uma advertência contra um acordo com o governo democrata de Barack Obama por seu programa nuclear, em uma nova tentativa de provocar o fracasso das negociações entre os países.
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A carta, assinada por 42 senadores, incluindo o líder da maioria, Mitch McConnell, destaca que os acordos internacionais sobre o programa nuclear iraniano devem ser aprovados no Congresso por uma maioria significativa e levando em consideração a duração do mandato dos senadores.
"Dados estes dois dispositivos constitucionais, isto quer dizer que consideraremos qualquer acordo sobre o programa de armamento nuclear que não tenha sido aprovado pelo Congresso nada mais como um acordo executivo entre o presidente Obama e o aiatolá Khamenei", afirma a carta, em referência ao líder supremo do Irã.
"O próximo presidente poderia revogar com uma caneta este tipo de acordo e os futuros membros do Congresso poderiam modificar os termos a qualquer momento", advertem.
"O presidente Obama deixará o cargo em janeiro de 2017, enquanto muitos de nós permaneceremos em nossos postos por bastante tempo, talvez durante décadas", completam. Nos Estados Unidos, as relações com os governos estrangeiros são de responsabilidade do Poder Executivo.
Mas o recente convite dos republicanos ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a discursar no Congresso americano - onde afirmou que um acordo nuclear não impediria Teerã de construir a bomba atômica - esfriou as negociações em curso sobre o programa nuclear iraniano.
O convite foi denunciado por Obama como uma falta ao protocolo diplomático. Além disso, o presidente considerou que o discurso de Netanyahu não apresentou "nada novo" e não ofereceu uma "alternativa viável".
O Irã e o grupo 5+1 (Estados Unidos, China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha) devem concluir um acordo político até 31 de março e negociar os detalhes técnicos até 1 de julho.
Teerã sempre negou as acusações dos países ocidentais e de Israel de que o programa nuclear teria a meta de construir uma bomba atômica.