O governo argentino acusou nesta sexta-feira o juiz federal americano Thomas Griesa de incitar o Citibank a violar leis argentinas por ter negado um pedido do banco para pagar os juros dos bônus reestruturados sob lei local.
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"As autoridades argentinas serão inflexíveis com as entidades bancárias que não cumprirem com a legislação do país", afirmou em comunicado do Ministério da Economia.
"O juiz Griesa se tornou mais uma vez cúmplice da tentativa de extorsão dos fundos abutre", disse o ministério, que acusou o magistrado de "um vergonhoso excesso de jurisdição".
O juiz de Nova York negou na quinta-feira o pedido do Citibank de liberar de modo definitivo esses pagamentos, alegando que a autorização violaria sua decisão a favor dos fundos especulativos por títulos em default.
"A participação do Citibank para efetuar pagamentos de bônus reestruturados está proibida", afirmou Griesa.
O banco anunciou que apelará da decisão e pediu sua suspensão até a sentença definitiva.
"Na ocasião, (o juiz) pretende com outra ordem insólita que o Citibank da Argentina e seus diretores atuem contra as leis argentinas", acrescentou o comunicado. "São bônus argentinos sob lei argentina", complementou.
Até o momento, Griesa autorizou três pagamentos trimestrais do Citibank, enquanto mantém bloqueado desde julho passado no Bank of New York (BoNY) um depósito de 539 milhões de dólares feito pela Argentina aos credores da dívida reestruturada em dólares, sob legislação americana, e em euros, sob legislação inglesa.
Com essa medida, que levou o país a um default parcial sobre sua dívida renegociada em 2005 e 2010, o juiz tenta que sua decisão seja cumprida.
Segundo a Argentina, o banco pode perder sua licença bancária no país.
A Argentina afirmou que continuará pagando os vencimentos da dívida conforme tem feito desde as operações de renegociação da dívida em moratória desde 2001.