Atualizada às 11h21
Ao menos dois homens armados com Kalashnikov atacaram e mataram oito pessoas, sendo sete estrangeiros, nesta quarta-feira no Museu do Bardo, em Túnis, anunciou o ministério do Interior. "Um ataque terrorista ocorreu no Museu do Bardo", a afirmou o porta-voz do ministério. Vários disparos foram ouvidos junto ao museu, que fica perto do parlamento.
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Segundo um membro do partido islamita Ennahda, os trabalhos no parlamento foram interrompidos. Reforços policiais e unidades antitterrorismo foram enviados à área, segundo um fotógrafo da AFP. Segundo o porta-voz, dezenas de turistas se encontravam no museu no momento do ataque, mas a maioria foi evacuada.
A fonte não confirmou se foi uma tentativa de tomada de reféns, como assinalou a imprensa local. "Mas há informações de que ainda há turistas dentro do museu", acrescentou. O presidente Beji Caid Essebsi vai dar uma coletiva mais tarde, segundo o porta-voz da presidência, Moez Sinaoui.
O primeiro-ministro Habib Essid se reuniu, por sua parte, com os ministros da Defesa e do Interior. A Tunísia registra desde a revolução popular de 2011 o auge de um movimento jihadistas armado. Cerca de 60 policiais e militares foram mortos em confrontos perto da fronteira argelina, onde está ativo um grupo armado vinculado à Al-Qaeda.
Conheça o Museu do Bardo, alvo do violento ataque
O Museu do Bardo de Tunis, alvo de um ataque jihadistas nesta quarta-feira, abriga uma coleção excepcional de mosaicos. A riqueza de suas coleções, que cobrem a Pré-História e as épocas fenícia, púnica, númida, romana, cristã e árabe-islâmica, é única.
O museu duplicou em 2012 sua superfície de exposição, atingindo 23.000 m2, e reorganizou sua apresentação. Entre as obras-primas expostas, está "O triunfo de Netuno", de 13 metros por 8 metros, datada do século II, o maior mosaico vertical do mundo.
Outra obra-chave é a coleção de mosaicos intitulada "A alcova de Virgílio", que representa o poeta e autor de "Eneida" cercado de musas. Instalado em um palácio da época do Império Otomano, o museu acolhe milhares de visitantes por ano, e registrou eu maior número em 2005, com 600.000 pessoas. Em 2011, ano da revolução, apenas 100.000 o visitaram.
O turismo, setor-chave da economia local, ficou muito afetado com a crise política e o surgimento do movimento jihadista depois da revolução de derrubou o presidente Zine El Abidin Ben Ali em janeiro de 2011. Em 2014, a renda com o turismo registrou um leve crescimento. O número de turistas, no entanto, baixou 3,2%, caindo para 6,07 milhões, diante dos 6,27 milhões de 2013.