O promotor argentino Alberto Nisman, encontrado morto depois de investigar por uma década o atentado antissemita de 1994 em Buenos Aires, foi descrito como um herói por um funcionário de alto escalão de Israel, após um ministro argentino chamá-lo de "sem vergonha".
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"Temos muita admiração por Nisman. Há muita gente valiosa que busca a verdade, como fez Nisman, e que está disposta a pagar o preço que for pela verdade, até mesmo com sua vida", disse ao jornal La Nación o ministro da Agricultura de Israel, Yair Shamir.
Shamir é o enviado do governo de Benjamin Netanyahu para o ato que nesta quinta-feira lembrará as vítimas do atentado contra a embaixada de Israel em Buenos Aires em 1992 com um saldo de 29 mortos e 200 feridos, ocorrido dois anos antes de outro atentado contra a mutual judaico-argentina AMIA, que deixou 85 mortos e 300 feridos.
Este último era investigado por Nisman, encontrado morto com um tiro na cabeça em sua casa no dia 18 e janeiro, quatro dias depois de acusar Kirchner e seu chanceler, Héctor Timerman, de acobertar iranianos pelo ataque.
"Era um sem vergonha como poucos que foram vistos neste país", havia declarado o chefe de gabinete de Kirchner, Alberto Fernández, após a divulgação de uma denúncia que o acusa de desvio de fundos públicos.
Por outro lado, a presidente Kirchner não quis participar nesta quinta-feira do ato ao lembrar que o aniversário do atentado contra a embaixada foi completado na terça-feira, quando a presidente se reuniu com sobreviventes e familiares das vítimas.
"Na verdade, para mim havia apenas uma homenagem: no dia 17 de março e junto a eles, as vítimas e os familiares" do atentado, declarou através de suas contas no Twitter e Facebook.
A legação diplomática adiou para esta quinta-feira a cerimônia oficial, já que na terça-feira foram realizadas eleições em Israel, das quais o atual primeiro-ministro Netanyahu saiu vencedor.