Os líderes da União Europeia (UE) renovaram seu apoio à Tunísia, preocupados com a insegurança no norte da África, em especial pelo caos na Líbia. O Estado Islâmico está cada vez mais presente no país do ex-ditador Muamar Khadafi, "próximo foco da atuação dos extremistas".
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Reunidos em uma cúpula, em Bruxelas (capital da UE), os governantes condenaram o ataque contra o museu do Bardo, em Túnis, onde 21 pessoas foram mortas pelo Estado Islâmico.
Em apoio ao governo tunisiano, único país da região que fez uma transição democrática desde o início da Primavera Árabe, em 2011, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e a chefa da diplomacia do bloco, Federica Mogherini, viajarão ao país norte-africano para reforçar a cooperação, na terça-feira.
"O fundamentalismo quer atacar um país exemplar na transição democrática", declarou o presidente francês François Hollande, em referência à ex-colônia.
O atentado voltou a gerar tensão na Bacia do Mediterrâneo, após autoridades tunisianas afirmarem que os dois atiradores que realizaram o ataque tinham sido treinados na vizinha Líbia.
"Todo apoio a um futuro governo líbio de união é possível"
"O risco é evidente. A Tunísia deve se tornar o próximo país de atuação do Estado Islâmico", disse Donald Tusk.
Na declaração final, os mandatários da UE destacam que "a crise na Líbia é um enorme desafio à paz e a segurança internacional". Os representantes europeus aproveitaram para pedir que ocorra, na ex-colônia italiana, um "cessar-fogo e que todas as partes entrem rapidamente em um acordo sobre a formação de um governo de união nacional".
Na quinta-feira, em Rabat (Marrocos), estava prevista a retomada das negociações entre as diferentes facções líbias, com mediação do enviado da ONU Bernardino León.
Os líderes europeus também se declararam dispostos a "contribuir na implementação" de um possível acordo na Líbia, "fazendo uso de todos os instrumentos à disposição". Para tanto, Mogherini foi nomeada com o intuito de elaborar propostas.
A UE trabalha com a possibilidade de enviar uma missão militar ou civil para reforçar a segurança de edifícios públicos, portos e aeroporto do país.
"Não preparamos uma intervenção militar, mas todo apoio é possível, inclusive na área de segurança, para garantir as autoridades líbias no cargo quando o governo for consolidado", advertiu Mogherini.
Reunião inclui debate sobre questão nuclear iraniana
Antes de a cúpula começar, líderes da França, Alemanha e Grã-Bretanha, assim como a chefa da diplomacia europeia, se reuniram para avaliar as negociações acerca do programa nuclear iraniano.
"A França quer um acordo com o Irã para permitir que exista total confiança sobre a renúncia à bomba nuclear", afirmou Hollande em coletiva para jornalistas.
As reuniões entre chanceleres ocorrerão na próxima semana, anunciou um porta-voz dos Estados Unidos, em Lausanne (Suíça).
Irã e o grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha, Alemanha) chegaram uma opinião comum até um acordo final, em 30 de junho.
Os chanceleres de Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Alemanha se reunirão em Londres, neste sábado (21), para seguir com o entendimento ocidental nas negociações em curso.