A Tunísia prepara nesta segunda-feira a reabertura do Museu do Bardo, fechado depois do violento ataque jihadista que causou 21 mortos, em uma semana em que o país também receberá o Fórum Social Mundial. O primeiro-ministro Habib Essid demitiu nesta segunda o chefe de polícia da capital Túnis e o diretor de segurança do Museu do Bardo.
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"Essid visitou no domingo à noite o bairro do museu e constatou várias lacunas. Por isto decidiu demitir alguns funcionários, incluindo o chefe de polícia de Túnis e o diretor de segurança do Museu do Bardo", afirmou à AFP Mofdi Mssedi, diretor de comunicação do primeiro-ministro.
No domingo, o presidente Beji Caid Essebsi afirmou que um terceiro autor do atentado contra o museu estava sendo procurado, assegurando que ele "não iria longe".
Um dia após as autoridades divulgarem um vídeo em que aparecem os dois principais terroristas no interior do museu, Essebsi citou a presença de uma terceira pessoa que estaria diretamente envolvida no atentado, que matou 20 turistas estrangeiros e um policial tunisiano.
Até o momento, as autoridades haviam assegurado a participação de apenas dois homens, identificados como Jabeur Khachnaoui, de 20 anos, e Yassine Laabidi, 27, nos ataques ao museu na capital tunisiana, Sanaa. Ambos foram mortos pela polícia durante o ataque.
O ministério do Interior anunciou no sábado a expedição de um mandado de prisão contra Ben Maher Mouldi Kaidi, ressaltando se tratar de um "elemento terrorista perigoso procurado por envolvimento na operação terrorista". Por enquanto, não se sabe se o terceiro indivíduo citado pelo presidente seria este.
O secretário de Estado para Assuntos de Segurança, Rafik Chelly, afirmou à revista francesa Paris Match que a terceira pessoa era "um dos pilotos das motos que levaram os atacantes até o museu e que depois decidiu fugir diante da forte presença policial já presente" no local.
O chefe de Estado também ressaltou que uma outra investigação deverá determinar as responsabilidades ligadas às falhas de segurança no museu do Bardo e seus arredores.
O atentado foi o primeiro contra estrangeiros na Tunísia desde 2002. Também é o primeiro reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), que atua na Líbia, na Síria e no Iraque e que conta com centenas de tunisianos em suas fileiras.
Estes eventos também revelaram falhas de segurança, tendo em vista que dois jovens armados com fuzis kalashnikov foram capazes de se aproximar do mais prestigioso museu do país, perto do Parlamento.
Desde 2011, a Tunísia combate grupo jihadista vinculado à Al-Qaeda no Magreb Islâmico, a Falange Okba Ibn Nafaa, que até a data havia concentrado suas atividades na fronteira com a Argélia.
Além disso, ao menos 500 tunisianos, ex-combatentes no Iraque, Síria ou Líbia nas fileiras de organizações jihadistas como o Estado Islâmico, voltaram ao país.
O EI, que espalha terror nos territórios que controlam no Iraque e na Síria, não esconde sua ambição de expandir seu "califado" para outros países islâmicos da região árabe e até na África.