Homens armados capturaram e violentaram um transexual nesta segunda-feira na região noroeste do Paquistão, depois que mataram outros dois quando retornavam juntos de uma festa, anunciaram as autoridades locais.
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O Paquistão tem quase meio milhão de eunucos ou "hijras", na língua urdu, hermafroditas, transexuais ou transgêneros que, em alguns casos, se apresentam em festas de casamento, mas em muitas situações são obrigados a viver como mendigos ou no mundo da prostituição.
Nesta segunda-feira, um pequeno grupo de "hijras" retornava para casa de uma festa quando homens armados os abordaram, sem sucesso, em Yar Husain, na província de Khyber Pajtunjwa (noroeste).
"Depois que suas tentativas foram rejeitadas, os criminosos abriram fogo contra os 'hijras'. Um transexual e um percussionista (integrante do grupo) morreram na hora", declarou à AFP Sajjad Jan, comandante da polícia local.
Os homens armados sequestraram um eunuco, que foi violentado diversas vezes antes de ser libertado muitas horas depois. "A vítima contou à polícia que foi libertada depois de ter sido submetida a um estupro coletivo por quatro homens", disse o chefe de polícia.
As autoridades anunciaram que seis homens foram detidos, acusados de dois assassinatos e estupro, destacou Jan. "Os acusados são, de fato, admiradores dos transexuais, assistiram a vários de seus espetáculos de dança e música", afirmou uma fonte policial que pediu anonimato.
O Supremo Tribunal do Paquistão reconheceu em 2009 os "hijras" como um "terceiro gênero" e os autorizou, dois anos depois, a disputar as eleições, o que era proibido até então.