Chegaram nesta sexta-feira (10) a Sanaa, capital do Iêmen, os dois primeiros aviões de ajuda humanitária ao país, depois de semanas de confrontos entre forças leais ao presidente sunita Abdo Rabbo Mansur Hadi e combatentes xiitas houthis.
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As aeronaves são Comitê Internacional da Cruz Vermelha e a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e chegaram ao país com mais de 30 toneladas de medicamentos, equipamentos cirúrgicos e outros suprimentos.
O representante da Unicef no Iêmen, Julian Harneis, afirmou que "a situação humanitária piora com a passagem do tempo, enquanto cada vez é mais limitado o acesso à água potável e aos serviços básicos de saneamento e saúde".
"O material que conseguimos trazer hoje pode marcar a diferença entre a vida e a morte para as crianças e suas famílias", disse Harnes em Amã (Jordânia), citado pelo comunicado do Unicef.
As duas entidades tentavam fazer a viagem desde o final de março, quando a Arábia Saudita começou a bombardear regiões dominadas pelos houthis. Os sauditas criaram uma zona de exclusão aérea que só é liberada durante quatro horas do dia.
Nesta semana, a Cruz Vermelha pediu ajuda para melhorar a situação humanitária crítica do país, que deixou pelo menos 600 mortos e provocou o deslocamento de 100 mil pessoas.
Horas depois do apelo, conseguiu liberação dos sauditas para a chegada de um navio com ajuda humanitária, que atracou no sul do Iêmen. A monarquia do golfo Pérsico também fez um bloqueio marítimo no país vizinho.
GUERRA
A Arábia Saudita forma uma coalizão contra os milicianos houthis, ao lado de Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Catar, Bahrein, Egito, Jordânia, Marrocos e Sudão, para tentar reconduzir Abdo Rabbo Mansur Hadi ao poder.
Nesta sexta, os bombardeios concentraram-se no sul do Iêmen, principalmente em posições dos sunitas e de forças leais ao ex-ditador Ali Abdullah Saleh, antecessor de Hadi, na cidade de Áden.
Além dos bombardeios, os moradores sofrem com a falta de energia elétrica, água e coleta de lixo em vários bairros, além dos hospitais, que não conseguem suprir a demanda de pacientes.
Diante da situação humanitária, a ONU pediu nesta sexta uma trégua nos combates de pelo menos algumas horas para poder enviar ajuda aos civis.
Por outro lado, o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) informou que está pronto para receber 30 mil refugiados no Djibuti e outros 100 mil na Somália.
Mais cedo, o Parlamento do Paquistão aprovou uma resolução que deixa o país em posição de neutralidade no conflito iemenita, mudando a posição inicial de colaboração com a Arábia Saudita.