O governo alemão estuda conceder automaticamente três anos de permissão de residência aos refugiados sírios para "desafogar" o escritório que tramita os pedidos de asilo, publica neste sábado (26) a revista alemã "Der Spiegel".
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A Chancelaria alemã planeja aliviar com esta medida a situação que do Escritório Federal para a Migração e os Refugiados (BAMF), que foi alvo de grandes críticas nas últimas semanas perante sua incapacidade frente à avalanche de refugiados.
Por um lado, a medida eliminaria o processo burocrático derivado de tramitar os pedidos de asilo de todos os refugiados sírios chegados à Alemanha, que conformam um dos maiores grupos de imigrantes e têm a princípio muitas opções de ficar porque procedem de um país assolado por uma guerra civil.
Por outro, a proposta permitiria que o BAMF se concentrasse na tramitação dos pedidos do resto de refugiados, que provêm em sua maioria dos Bálcãs.
A permissão de residência temporária para os cidadãos sírios não permitiria o direito de reagrupamento familiar, segundo fontes governamentais citadas pela "Der Spiegel".
O governo alemão forneceria o financiamento para esta permissão de residência especial para sírios, apesar de ser competência dos Estados federados e dos municípios cobrir as necessidades das pessoas que pedem asilo.
O conflito vivido na Síria desde março de 2011 deixou cerca de 220 mil mortos e mais de quatro milhões de refugiados em países vizinhos, assim como 7,6 milhões de deslocados internos, segundo cálculos da ONU.
A Alemanha calcula que receberá neste ano cerca de 800 mil refugiados, procedentes principalmente da Síria, Iraque, Afeganistão e Eritreia, assim como dos países dos Bálcãs.