O chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, negou acusações de que novos ataques aéreos na Síria tenham mirado outros alvos que não grupos terroristas e disse que "líderes internacionais" querem "demonizar" o ditador do país árabe, Bashar al-Assad.
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"A ofensiva não vai além do Estado Islâmico, Al-Nusra ou outros grupos terroristas reconhecidos pelo Conselho de Segurança da ONU ou pela Rússia", disse Lavrov em entrevista na sede da ONU em Nova York, nesta quinta-feira (1º).
Lavrov disse que o governo de Vladimir Putin não considera terrorista o Exército Livre da Síria, grupo de oposição a Assad apoiado pelos EUA. "Achamos que deveria fazer parte do processo político", rebateu.
O governo americano afirmou que os ataques "aparentemente" atingiram áreas não dominadas pelo Estado Islâmico. O senador republicano John McCain disse que recrutas do Exército Livre da Síria foram atingidos McCain afirma que Rússia atacou rebeldes sírios apoiados pelos EUA.
Assad é o principal aliado do governo russo no Oriente Médio. EUA e outros países afirmam que sua deposição é condição para o fim da guerra na Síria.
Para Lavrov, parte da comunidade internacional tenta "demonizar" Assad. "Fizeram isso com Saddam Hussein. O Iraque é hoje um lugar melhor? Assassinaram Muammar Gaddafi na frente do público. A Líbia é hoje um lugar melhor?", questionou.
O chanceler voltou a afirmar que é necessária uma resolução política para o conflito no país. Porém, sustentou, "não se pode condicionar a luta contra o EI a mudanças no sistema político sírio". Lavrov defendeu um diálogo entre diferentes grupos da sociedade síria para que se chegue a um acordo como saída para a guerra.
"O EI está construindo um califado do Paquistão a Portugal e tomando todo o território no caminho. Tem o seu sistema financeiro, fornece serviços sociais, tudo com a sua ideologia. É perigoso", disse.