Crise Migratória

Alexis Tsipras defende redistribuição de refugiados a partir da Turquia e Grécia

Desde o início de 2015, chegaram à Grécia mais de 500 mil migrantes e refugiados, a maioria proveniente das costas turcas

Da ABr
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Publicado em 30/10/2015 às 17:45
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Desde o início de 2015, chegaram à Grécia mais de 500 mil migrantes e refugiados, a maioria proveniente das costas turcas - FOTO: Foto: LOUISA GOULIAMAKI/ AFP
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O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, defendeu nesta sexta (30) a cooperação da União Europeia (UE) com a Turquia para garantir a recolocação dos refugiados a partir do país e, desse modo, evitar novos naufrágios no Mar Egeu.

“Nossa opção é que a recolocação se faça de forma coordenada e legal a partir da Turquia”, informou Tsipras, em resposta ao partido conservador Nova Democracia sobre as medidas decididas na cúpula europeia de domingo (25).

O chefe do governo grego propôs que a distribuição dos migrantes e refugiados pelos diversos países europeus ocorra a partir do país de primeira entrada, a Grécia, ou desde o país de origem, a Turquia.

Tsipras foi particularmente duro com a forma como a Unão Europeia tem gerido até o momento a crise dos refugiados.

“Sinto vergonha pela incapacidade da Europa em enfrentar esse drama humano”, afirmou. Ele também criticou diversos países que exprimem sua tristeza pela morte de crianças no mar, mas não se ocupam dos que permanecem vivos e fogem da guerra.

Desde o início de 2015, chegaram à Grécia mais de 500 mil migrantes e refugiados, a maioria proveniente das costas turcas. Dezenas morreram afogados durante a travessia.

O primeiro-ministro grego considerou necessário “manter atitudes coerentes com os valores europeus, que estão em perigo de perder-se e isolar as vozes racistas na Grécia e na Europa”.

Durante reunião de líderes parlamentares, Tsipras informou que o governo excluiu a possibilidade de construir um grande centro para acolher 50 mil refugiados, mas comprometeu-se em construir “infraestruturas para o acolhimento”.

A Grécia concordou em estabelecer pontos de apoio de emergência nas ilhas mais afetadas pela onda migratória, que permitam identificar os requerentes de asilo dos imigrantes econômicos e centros de acolhimento com capacidade entre s7 mil e 8 mil pessoas.

Em paralelo, vão ser erguidos centros de acolhimento na Grécia continental para alojar até 20 mil pessoas, enquanto um número similar receberá ajuda para viver em casas alugadas.

Durante a madrugada de hoje voltaram a ocorrer novos naufrágios no Mar Egeu, com a morte de pelo menos 22 pessoas, incluindo 14 crianças e bebês.

A Grécia pediu apoio à UE para garantir uma equipe de 370 especialistas responsáveis pela coordenação dos centros de identificação, mas até o momento chegaram apenas 81.

A Organização internacional para as migrações (OIM) registrou, em setembro e outubro, a morte de 69 crianças, mas as tragédias dos últimos dias fizeram subir essas vítimas para 76, além das que permanecem desaparecidas.

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