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A chegada de três milhões de migrantes à União Europeia entre 2015 e 2017 poderá ter um impacto "leve, mas positivo" na economia do bloco, estimou nesta quinta-feira a Comissão Europeia, que prevê um crescimento moderado da zona do euro em 2016 e 2017.
Trata-se da primeira avaliação econômica da Comissão sobre o impacto dos solicitantes de asilo na UE desde o agravamento da crise migratória.
"Quase três milhões de pessoas adicionais chegarão à UE no período", afirma a Comissão nas previsões econômicas de outono (hemisfério norte), nas quais considera que o fluxo ter uma impacto "leve mas positivo" na economia do bloco.
A Comissão prevê a chegada de um milhão de pessoas em 2015, 1,5 milhão em 2016 e meio milhão em 2017. Estas chegadas são traduzidas por um aumento da população do bloco de 0,4%, uma vez que as solicitações de asilo sejam aceitas.
"Existirá um impacto sobre o crescimento econômico que poderia ser leve, mas positivo para a UE em seu conjunto, e aumentar o PIB em entre 0,2% e 0,3% em 2017", afirmou o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, em uma entrevista coletiva.
A avaliação leva em consideração os gastos públicos adicionais, assim como o aporte da mão de obra adicional no mercado de trabalho, segundo Moscovici.
Em suas previsões, a Comissão prevê um crescimento moderado do PIB dos 19 membros da zona do euro.
Em 2016, de acordo com a Comissão, a economia crescerá 1,8% (1,9% nas previsões de maio) e 1,9% em 2017. A expansão deste ano seria de 1,6% (1,5% em maio), apoiada pelos baixos preços do petróleo, a política monetária acomodatícia e a relativa fraqueza do euro.
"As previsões econômicas mostram que a economia da zona do euro continua a sua recuperação moderada", disse o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, em um comunicado.
De acordo com Dombrovskis, "a zona do euro resistiu a fatores externos, tais como a desaceleração da economia mundial, o que é encorajador".
A queda da taxa de desemprego, ainda que lenta, deve continuar no bloco. Em 2016, Bruxelas estima que alcançará 10,6% (um décimo a mais que nas previsões de maio). Este ano, o desemprego se situa em 11%, e para 2017 a previsão é de 10,3%.
Quanto à inflação, a Comissão prevê um aumento dos preços de 1% em 2016 e 1,6% em 2017. Para este ano, a taxa seria de 0,1%, devido à queda acentuada dos preços do petróleo.
Para o bloco de 28 membros o crescimento deste ano será de 1,9%, em 2016 de 2,0% e em 2017 de 2,1%.
"A economia europeia está em um caminho de recuperação", estimou Moscovici, que detecta "grandes desafios" a serem superados, como a "falta de investimento", obstáculo ao emprego e crescimento, e os "elevados níveis da dívida pública e privada."