Um dia após os atentados terroristas que deixaram 129 mortos em Paris, a pré-candidata à Casa Branca Hillary Clinton defendeu a atuação do presidente dos EUA, Barack Obama, contra o Estado Islâmico, mas procurou se dissociar das críticas de sua suposta falta de comando.
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A facção terrorista "não deve ser contida, deve ser derrotada", afirmou no debate entre pré-candidatos democratas, no sábado (14), realizado pela rede CBS. De preto, a ex-secretária de Estado do governo Obama afirmou que "o que o presidente tem dito, e eu concordo, é que nós vamos apoiar aqueles que lutam contra o EI. (...) Mas essa não é uma luta norte-americana, ainda que a liderança norte-americana seja essencial."
"Essa eleição não é apenas sobre a escolha do presidente, mas sobre a escolha do próximo comandante do Exército. E eu vou expor em detalhes que eu acho que devemos fazer com nossos amigos e aliados para realizar um trabalho melhor ao coordenar os esforços contra o flagelo do terrorismo", disse.
Os ataques de sexta-feira (13) dominaram a primeira meia hora do evento. Líder da disputa, Hillary falou com mais propriedade sobre política externa que seus oponentes no palco, o senador independente por Vermont Bernie Sanders e Martin O'Malley, ex-governador de Maryland.
Questionada sobre seu voto a favor da invasão do Iraque, Hillary argumentou que é preciso levar em conta a complexidade da região. Ao mencionar outros atentados extremistas como o 11 de Setembro, a ex-secretária de Estado disse que "é importante colocá-los em seu contexto histórico". "Já falei que a invasão do Iraque foi um erro, mas acho que, se vamos abordar o problema, temos que entendê-lo."
Sanders, segundo colocado nas pesquisas, atacou. "Eu diria que a desastrosa invasão levou ao avanço da Al-Qaeda e do Estado Islâmico", afirmou. "Acho que foi um dos piores equívocos de política externa na história dos Estados Unidos."
Confrontado sobre sua declaração no debate anterior, em outubro, no qual afirmou que mudanças climáticas são a pior ameaça à segurança nacional dos EUA, Sanders manteve a posição. "Na verdade, as mudanças climáticas estão diretamente relacionadas à expansão do terrorismo global", disse o senador ao observar a disputa por recursos naturais como água e terra.
Interrogada pelo mediador sobre seu cuidado em evitar a palavra "muçulmano" para falar de extremismo, Hillary citou o ex-presidente republicano George W. Bush. Ao visitar uma mesquita em Washington, ele afirmou que "a face do terror não é a verdadeira fé do islã". "Não acho que estejamos em guerra com muçulmanos. Acho que estamos em guerra com jihadistas."
O'Malley concordou que a religião não deve servir como definição de inimigos. "Seremos capazes de derrotar o EI. E precisamos que os muçulmanos americanos façam parte disso."