O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quarta-feira (21) que o governo deve cortar o fornecimento de energia elétrica por quatro horas nos próximos 40 dias, uma medida destinada a economizar energia num país onde blecautes são constantes.
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O racionamento irá começar na segunda-feira e irá atingir dez dos 23 Estados do País, afirmou o Ministro de Energia, Luis Motta Dominguez. Segundo ele, os cortes foram necessários para reduzir o consumo residencial enquanto o governo aguarda a chuva necessária para fazer girar as turbinas de El Guri, um enorme lago na região oriental do país que fornece 65% de sua eletricidade.
"Com a ajuda de Deus, as chuvas virão", disse Motta, acrescentando que o sacrifício é patriótico e pedindo aos venezuelanos que demonstrem solidariedade.
O anúncio acontece em meio a uma série de tentativas do governo para reduzir o consumo de energia na indústria, comércio e serviços. Maduro reduziu a semana útil das estruturas do governo, fez shoppings fecharem mais cedo do que o de costume e introduziu um horário de verão já em abril, para os venezuelanos terem uma hora a mais de sol durante a jornada de trabalho.
"Quem vai repor a comida que estragar quando acontecerem esses cortes", disse Ana Gomez, uma contadora de 39 anos. "Quem vai garantir que serão apenas quatro horas?"
O governo tem colocado a culpa sobre a crise elétrica principalmente sobre a longa seca que acomete o país, além da sabotagem feita por oponentes políticos do regime.
"As chuvas estão escassas, e não recebemos água o suficiente para El Guri", disse Mota. De acordo com o ministro, o nível de água está agora a 242,7 metros acima do nível do mar. O patamar mínimo no qual a usina consegue operar e gerar eletricidade é 240 metros.