Os extremistas da Al-Qaeda foram expulsas de uma capital provincial do Iêmen, um ano depois da conquista da cidade, e sofreram um grande número de baixas, anunciou a coalizão árabe sob comando saudita.
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As forças iemenitas, com apoio da coalizão, recuperaram o controle da cidade de Mukalla, capital da província de Hadramut (sudeste), que estava sob controle da Al-Qaeda desde abril de 2015.
"A operação resultou em suas primeiras horas na morte de mais de 800 membros da Al-Qaeda e de alguns de seus dirigentes, assim como na fuga dos demais jihadistas do grupo", anunciou a coalizão árabe em um comunicado.
O balanço não pôde ser comprovado com fontes independentes. A coalizão não divulgou informações sobre eventuais vítimas civis ou entre os militares.
Também não foi possível saber se as forças dos Estados Unidos, que realizam com frequência bombardeios contra a Al-Qaeda no Iêmen, participaram nas operações.
A ofensiva do exército iemenita tinha por objetivo recuperar "o controle das cidades que caíram nas mãos da Al-Qaeda, em particular Mukalla, considerada um reduto do grupo", afirma o comunicado, publicado pela agência oficial saudita SPA.
A operação em Mukalla "é parte dos esforços internacionais para vencer os grupos terroristas no Iêmen" que os países da coalizão "seguirão perseguindo para restabelecer a segurança da região", completa o texto.
'Nenhuma resistência'
Uma fonte militar que pediu anonimato já havia anuncido mais cedo à AFP a retomada de Mukalla.
"Entramos no centro da cidade e não encontramos nenhuma resistência por parte dos jihadistas da Al-Qaeda, que recuaram para o oeste", em direção ao deserto nas províncias de Hadramut e Chabwa, afirmou à AFP a fonte.
Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos são os dois pilares da coalizão árabe, que iniciou a intervenção no Iêmen em março de 2015 para apoiar o governo do presidente Abd Rabbo Mansur Hadi na guerra contra os rebeldes xiitas huthis, apoiados pelo Irã. Os insurgentes assumiram o controle de vários territórios e mantêm o domínio da capital Sanaa.
A guerra em um dos países mais pobres da península arábica deixou 6.400 mortos desde março de 2015.
Além de Mukalla, uma cidade de 200.000 habitantes, as forças iemenitas recuperaram o aeroporto e uma unidade militar da Al-Qaeda nos arredores da cidade, assim como o terminal de petróleo de Mina al-Dhaba, ao leste, segundo fontes militares.
A Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA) assumiu o controle de Mukalla em 2 de abril de 2015 e determinou importantes restrições à população local, além de ter destruído mausoléus e túmulos muçulmanos históricos.
A AQPA, com forte presença no Iêmen, e o grupo Estado Islâmico (EI) aproveitaram o caos da guerra para ampliar sua influência no sul e sudeste do país.
A operação no sul do Iêmen aconteceu no momento em que representantes dos rebeldes huthis e do governo participam, desde quinta-feira, em conversações de paz no Kuwait, com mediação da ONU. Uma trégua foi instaurada em 11 de abril, mas não envolve os grupos jihadistas.
Ações similares foram realizadas com sucessos pelas forças pró-Hadi, com o apoio da aviação da coalizão, contra a Al-Qaeda em vários bairros de Aden, a segunda maior cidade do Iêmen, e na província de Lahj.
Mas a missão para neutralizar a AQPA se anuncia difícil.
No domingo, um carro-bomba matou sete soldados e deixou 14 feridos em um em Zinjibar, sul do Iêmen, um ataque atribuído à Al-Qaeda pelo exército.