O exército sírio entrou neste sábado (4) pela primeira vez em quase dois anos na província de Raqa, norte do país, reduto do grupo extremista Estado Islâmico (EI), que o regime combate com o apoio da Rússia, seu grande aliado, anunciou uma ONG.
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As tropas do regime "são apoiadas por bombardeios dos aviões russos e por milícias sírias treinadas por Moscou" em sua ofensiva iniciada na quinta-feira para recuperar a cidade de Tabqa, afirmou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
"Entraram na manhã de sábado na província de Raqa pela primeira vez desde agosto de 2014", quando o grupo extremista expulsou as tropas do local, completou.
O principal objetivo do exército é reconquistar a localidade de Tabqa, no Eufrates, perto de onde fica uma prisão controlada pelo EI e um aeroporto militar.
O exército e seus aliados entraram na província de Raqa a partir do sudoeste. Neste sábado estavam a menos de 40 km de Tabqa, capturada pelo EI em 2014.
O grupo executou 160 soldados após a tomada do aeroporto da localidade.
Ao menos 26 jihadistas e nove combatentes pró-regime morreram desde o início da ofensiva na quinta-feira.
Há 10 dias, as Forças Democráticas Sírias (FDS), uma coalizão árabe-curda apoiada pelos Estados Unidos, iniciaram uma ofensiva na província de Raqa e também avançam para Tabqa, mas a partir do norte.
"Parece que existe uma coordenação não declarada entre Washington e Moscou", afirmou Abdel Rahman.
Quase toda a província de Raqa está sob controle do EI, exceto as cidades de Tall Abyad e de Ain Isa, de onde a organização extremista foi expulsa pelas FDS.
O EI também enfrenta uma ofensiva na província de Aleppo, onde as FDS avançam para a cidade de Minbej, controlada pelo grupo extremista.