Para o desenhista sudanês Khalid Albaih ficar ou sair da Síria não são opções tão distintas quanto o que se parece. O pensamento, transformado em arte através de um desenho que retrata o menino curdo Aylan, 3, que há um ano apareceu morto em uma praia na Turquia, e o chocante resgate de Omran, 5, após bombardeio na cidade de Aleppo, comove a internet e tenta humanizar a população que vive nesse país.
Leia Também
- Após a morte de Aylan, refugiados sonham ainda mais com a Europa
- Filme Síria em Fuga, indicado ao Emmy, é exibido na TV brasileira
- Estado Islâmico liberta centenas de civis sequestrados na cidade síria de Manbij
- Forças apoiadas pelos EUA retomam controle de Manbij, na Síria
- Anistia faz apelo por menina ferida em cidade sitiada da Síria
- Anistia Internacional denuncia tortura, horror e morte em prisões sírias
Humanização
O trabalho de Albaih, que vive desde os 10 anos de idade no Catar, depois que o pai se tornou refugiado político, se destacou durante os protestos da Primavera Árabe em 2011. Segundo ele, a divulgação da imagem é importante para humanizar os meninos e as pessoas na Síria de novo. A ideia visa à tranformação dos número de mortos na concepção de que pessoas perdem as vidas a cada novo dia.
"Queria fazer essa conexão de que neste ano, enquanto você estava vivendo sua vida, essas crianças estavam morrendo. E não são só essas duas crianças. Há milhares de crianças e famílias que morreram ou estão vivendo um inferno hoje. Não só na Síria, mas em todas as zonas de guerra, como Iêmen, Sudão ou Líbia", disse em entrevista à BBC.
"As pessoas me dizem: 'Como é triste esta imagem'. Se a imagem é triste, imagine a realidade. Muitas pessoas também perguntam o que podem fazer, como ajudar. Eu não sei. O que você pode fazer? É uma questão para cada um. Eu fiz a minha parte. O cara que filmou o vídeo de Omran fez o que podia, fez o filme. Acho que as pessoas devem entender o que podem fazer e fazê-lo", concluiu o cartunista.