A oposição da Venezuela tentará nesta quarta-feira (26) demonstrar sua força nas ruas, com manifestações em todo o país, depois do duro golpe que sofreu com a suspensão do processo de referendo revogatório que lidera contra o presidente Nicolás Maduro, situação que elevou a crise política.
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A coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD) convocou os opositores a uma "Tomada da Venezuela", no que deve ser o primeiro de três dias para a coleta de quatro milhões de assinaturas (20% do padrão eleitoral), último passo antes da convocação do referendo.
Com a campanha, a oposição espera deixar em evidência a rejeição da população ao governo de Maduro.
Mas o processo foi suspenso na semana passada por decisão de tribunais penais regionais, que aceitaram denúncias de fraude do governo na primeira etapa de coleta das assinaturas de 1% do padrão eleitoral, necessárias para autorizar a fase seguinte de registro de 20% das assinaturas do padrão eleitoral.
Governo e oposição, que trocam acusações de "golpismo", exploram ao mesmo tempo a possibilidade de um diálogo com a mediação do Vaticano, em meio a uma profunda crise econômica que provoca escassez de alimentos e remédios, além de uma inflação calculada pelo FMI em 475% para este ano.
O governo atribui a crise econômica a "empresários de direita" que pretendem desestabilizar Maduro, mas a oposição responsabiliza o modelo socialista do governo e afirma que o referendo é a última "válvula de escape" de uma população irritada por ter de enfrentar longas filas para obter os poucos produtos com preços subsidiados.
MADURO
Durante as manifestações da MUD nesta quarta-feira, Maduro deve estar reunido com o Conselho de Defesa da Nação, que tem a participação de todos os poderes públicos e no qual pretende abordar o que considera um "golpe parlamentar", em referência à aprovação de um julgamento de responsabilidade política contra o presidente por parte da Assembleia Nacional.
Neste contexto, o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino, e o alto comando militar divulgaram na terça-feira um comunicado em que ratificam a "lealdade incondicional" a Maduro.