EXÉRCITO

Forças Armadas, o importante pilar político e econômico de Cuba

As Forças Armadas são formadas por uma pequena Marinha de Guerra, Defesa Antiaérea e o Exército

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Publicado em 27/11/2016 às 14:50
Foto: Handout / CUBAN TELEVISION / AFP
As Forças Armadas são formadas por uma pequena Marinha de Guerra, Defesa Antiaérea e o Exército - FOTO: Foto: Handout / CUBAN TELEVISION / AFP
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As Forças Armadas Revolucionárias (FAR), surgidas dos "barbudos" de Fidel Castro que tomaram o poder em Cuba em 1959, são um pilar militar, econômico e político determinante para a sobrevivência do governo de seu irmão Raúl.

Ministro das FAR durante 49 anos até em 2008 assumir formalmente a presidência de Cuba, Raúl Castro -cinco anos mais novo do que Fidel e único general de quatro estrelas- considera "natural" o grande peso que os militares têm na ilha, pois do Exército Rebelde saiu o Partido e todo o quadro político cubano.

As FAR "nunca renunciarão a cumprir" o papel de "serviço da defesa do povo, do Partido, da Revolução e do Socialismo", disse Raúl Castro no VI Congresso comunista.

De 1961 a 1989, enquanto a União Soviética apoiava Cuba, as FAR receberam armamentos de 30 bilhões de dólares. Mas desde que o bloco ruiu, houve uma redução de 300.000 para 50.000 homens.

Para subsistir criaram sua própria indústria militar e entraram nos negócios. Suas empresas fabricaram e modernizaram fuzis, projéteis, minas, helicópteros, aviões, carros de combate, tanques e radares; e adotaram o chamado modelo de "aperfeiçoamento empresarial" de rentabilidade, eficiência e controle, que foi estendido ao setor civil.

Após deixar a FAR para assumir a presidência, Raúl nomeou o general Julio Casas Regueiro, que antes administrava os negócios e a economia militar. Quando ele morreu, em setembro de 2011, designou o general Leopoldo Cintra Frías, herói das campanhas na Etiópia e em Angola.

O genro de Raúl, o general Luis Rodríguez, é presidente-executivo do Grupo de Administração Empresarial das FAR e é considerado um dos "cérebros" da reforma econômica impulsionada pelo presidente. Foi incorporado ao Comitê Central no Congresso do Partido.

Os militares incursionaram nos negócios nos setores de comunicações, agricultura, transporte, açúcar e turismo, e é a segunda maior fonte de divisas, operada através da Corporação Gaviota, um gigante com mais de 40 hotéis e vilas, quatro navios mercantes, uma companhia aérea, uma rede de lojas e empresas de aluguel de carros.

Atingidas por caso Ochoa

As FAR são formadas por uma pequena Marinha de Guerra -com lanchas com torpedos e caças submarinos-, Defesa Antiaérea -com caças MIG, foguetes e artilharia antiaérea- e o Exército.

Fizeram campanhas internacionais de envergadura, a principal em Angola nos anos 1970 e 1980, onde chegaram a ter 50.000 homens em um momento crucial da guerra. Também estiveram na Etiópia e em dezenas de países africanos.

Mas foram atingidas pelo polêmico caso do general Arnaldo Ochoa, chefe do corpo de expedicionário em Angola, e outros três altos oficiais fuzilados em 1989, acusados por tráfico de drogas, de marfim e de pedras preciosas.

Embora alguns analistas as considerem obsoletas, as FAR podem ser apoiadas em caso de guerra por milhares de homens do Exército Juvenil do Trabalho, por mais de um milhão de cubanos das Milícias de Tropas Territoriais, e por 3,5 milhões das Brigadas de Produção e Defesa.

Sob a doutrina da "Guerra de Todo o Povo", as FAR se prepararam com pequenas esquadras móveis em uma hipotética invasão dos Estados Unidos, o maior inimigo de Cuba até a histórica reconciliação entre ambos os países em 2014.

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