Os preparativos para o Natal estão em pleno andamento em Belém, na Cisjordânia ocupada, em um contexto econômico e de segurança mais favorável do que no ano passado, de acordo com as autoridades do setor do turismo.
Como todos os anos, uma árvore de Natal gigante coberta com decorações douradas ocupa a Praça da Manjedoura, ao lado da Igreja da Natividade, construída no local onde Jesus Cristo nasceu, segundo a tradição cristã.
Comerciantes e clérigos esperam mais turistas que no Natal de 2015, quando uma onda de violência anti-israelense atingiu Israel e os Territórios Palestinos e custou a vida de 150 pessoas em três meses.
A maioria dos 129 palestinos mortos eram autores ou supostos autores de ataques, muitas vezes cometidos com facas.
Dezenas de milhares de visitantes são esperados neste final do ano nos locais importantes do cristianismo como Jerusalém, Nazaré e Belém, onde as celebrações culminarão no sábado, com a tradicional missa do galo.
A metade dos 120.000 turistas esperados pelo Ministério do Turismo de Israel em dezembro são cristãos.
Por sua vez, as autoridades palestinas esperam mais visitantes do que no mesmo período do ano passado.
"Há uma maior estabilidade este ano e os primeiros números indicam que haverá um aumento na frequência de turistas em 2016 em comparação com 2015", indica Sami Khoury, que administra o website Visit Palestine.
"Há mais reservas em hotéis", informou, sem poder comunicar números precisos.
A onda de violência que já matou 245 palestinos, 36 israelenses, dois americanos, um jordaniano, um eritreu e um sudanês desde 1º de outubro de 2015 continua, mas tem diminuído ao longo dos meses.
Para chegar ao local de nascimento de Cristo, os visitantes vindos de Israel devem atravessar o muro que separa o Estado hebreu da Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel há quase 50 anos.
Para Wahid Al-Laham, um comerciante de Belém que vende lembranças e decorações de Natal, os negócios vão ser certamente melhores do que no ano passado, em cerca de "80%", afirma, mas ainda muito abaixo do que alguns anos atrás.
E se a violência diminuiu nos Territórios palestinos e em Israel, o contexto regional continua a ser pesado para as comunidades cristãs do Oriente Médio, submetidas a uma verdadeira "tragédia", segundo o arcebispo Pierbattista Pizzaballa, administrador apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém, o órgão que representa a igreja Católica romana na Terra Santa.
O padre Pizzaballa explicou na segunda-feira que dois terços dos cristãos do Iraque e da Síria tiveram que deixar esses países devastados por conflitos que se arrastam há anos.