Um tribunal turco proibiu a divulgação de informações relacionadas ao assassinato do embaixador russo em Ancara na semana passada, indicou nesta terça-feira (27) a agência de notícias pró-governamental Anadolu.
Diante de várias câmeras de televisão, um policial de 22 anos disparou nove tiros contra o diplomata Andrei Karlov durante a inauguração de uma exposição no dia 19 de dezembro, antes de ser abatido pelas forças de segurança.
A proibição durará até o fim da investigação policial, disse a Anadolu, e será aplicada tanto às imagens do assassinato, muito divulgadas pela imprensa internacional, quanto às informações sobre suspeitos, testemunhas ou vítimas.
O tribunal de Ancara cumpre, assim, uma petição do procurador-geral, que afirmou que a divulgação destas informações poderia prejudicar a investigação e colocar em risco a segurança nacional, explicou a agência.
A proibição chega um dia após o jornal Hurriyet publicar uma longa entrevista da irmã do assassino.
A jovem explica no artigo que seu irmão, Mevlüt Mert Altintas, sofreu "uma lavagem cerebral" ao passar pela escola da polícia.
Segundo o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, Altintas estava vinculado ao movimento do pregador islamita Fethulah Gülen, a quem também atribui o golpe de Estado frustrado de 15 de julho.
Uma acusação questionada pela Rússia, que considera que ainda é muito cedo para tirar este tipo de conclusões.
A Turquia impôs com frequência este tipo de proibições após atentados, alegando a defesa da segurança nacional.
Alguns opositores afirmam que a liberdade de expressão foi diminuindo cada vez mais desde que Erdogan foi eleito presidente, em agosto de 2014, após ter sido primeiro-ministro por 11 anos. Ancara responde que todas as suas decisões respeitam o marco legal turco.