Washington anunciou nessa quinta-feira (29) sanções contra Moscou, acusado de ter planejado ciberataques para obter e divulgar milhares de e-mails de líderes democratas, afetando, assim, o resultado das eleições presidenciais dos Estados Unidos.
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A medida de mais destaque é a expulsão em três dias de 35 agentes do serviço de inteligência russo.
Tecnicamente, no entanto, parece difícil encontrar provas irrefutáveis que permitam identificar os autores dos ataques.
Este caso preocupa inclusive Alemanha e França, onde serão realizadas eleições em 2017 e onde o tema da influência da Rússia cria cada vez mais incerteza.
O escândalo veio à tona em junho, quando a CrowdStrike, uma empresa americana de segurança informática, revelou que dois grupos de hackers, Fancy Bear e Cozy Bear, tiveram acesso aos computadores do Partido Democrata.
O primeiro se infiltrou desde o verão de 2015 para interceptar todas as comunicações do partido, enquanto o segundo buscou e roubou, desde março de 2016, documentos relacionados a Donald Trump.
Para a CrowdStrike, não há duvida. O Cozy Bear está vinculado aos serviços militares russos de informação (FSB). Um mês depois dessas revelações, o WikiLeaks começou a publicar uma parte dos e-mails internos hackeados do Partido Democrata.
Em 7 de outubro, as 17 agências americanas de informação concluíram que a iniciativa de hackear foi organizada na Rússia. Em plena campanha eleitoral, foram sendo divulgados quase que diariamente e-mails de John Podesta, presidente da equipe de campanha de Hillary Clinton.
As acusações prosseguem após a vitória de Donald Trump e o Washington Post cita um informe da CIA segundo o qual a Rússia interviu na eleição do magnata.
No dia 12 de dezembro, o Congresso anunciou que abriria uma investigação parlamentar sobre as interferências russas na eleição presidencial.
Na quinta-feira, Barack Obama anunciou que "35 agentes de inteligência russos" - credenciados na embaixada russa em Washington e no consulado em San Francisco - foram declarados "persona non grata". Também anunciou sanções contra "nove entidades e indivíduos", sobretudo contra dois serviços de informação russos, o FSB e o GRU.
O Kremlin, que nega sua participação, acusou Washington de querer "destruir de forma definitiva" as relações com Moscou e pediu medidas de represália "pertinentes".
Herdeiros da época soviética, quando a URSS era líder em temas de espionagem econômica, pode-se dizer que os hackers russos possuem um grande talento.