O governo conservador da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, espera obter o apoio do norte-irlandês Partido Democrático Unionista (DUP, sigla em inglês) em votações sobre economia e segurança, mas descarta um grande pacto de coalizão, afirmou neste domingo o ministro da Defesa, Michael Fallon. As informações são da EFE.
"Não estamos em um governo com o DUP, não estamos em uma coalizão com eles. Eles vão nos apoiar nos grandes assuntos econômicos e de segurança", afirmou Fallon ao ser questionado sobre a ideologia dos protestantes, que são contrários ao aborto e ao casamento homossexual.
"Não estamos de acordo, e não temos motivos para estar de acordo com alguns dos seus pontos de vista em certos assuntos sociais. Eu, pessoalmente, não estou", destacou o titular dA Defesa.
Tanto o DUP quanto o escritório oficial da primeira-ministra assinalaram que o diálogo continua para conseguir um acordo que permita aos conservadores obter apoios pontuais no parlamento, depois que o partido da premiê perdeu a maioria absoluta nas urnas.
Fontes do DUP afirmaram que a líder dos unionistas, Arlene Foster, deve se reunir na próxima terça-feira com May em Londres para fechar o acordo.
"Ontem, mantivemos um diálogo muito positivo com o Partido Conservador sobre como podemos apoiá-los para formar um governo nacional que daria estabilidade à nação. Essas negociações continuam", disse Foster.
O ministro da Defesa, que foi confirmado em seu cargo por May poucas horas depois da divulgação do resultado eleitoral, disse que o golpe que a primeira-ministra sofreu nas urnas vai obrigá-la, a partir de agora, a tomar decisões de maneira mais "coletiva".
Fallon também falou sobre a saída de dois dos assessores mais próximos de May, os chefes de gabinete Nick Timothy e Fiona Hill, que pediram demissão ontem depois que foram alvos de críticas pelo controle ferrenho que exerciam sobre os ministros e outros integrantes do gabinete de governo.
"Claramente, um governo em minoria requer uma atitude distinta. Já vimos algumas mudanças de pessoal. Eu dou boas-vindas a elas, certamente", disse o ministro.
"Vamos ver, espero, uma tomada de decisões mais coletiva no gabinete. Eu e outros colegas deixamos isto claro para ela [May]. Acredito que também veremos como ela quer trabalhar mais de perto com o grupo parlamentar", afirmou Fallon.