Centenas de pessoas se reuniram nas primeiras horas desta segunda-feira (12) em frente à boate Pulse, marcando assim um dia de homenagens aos 49 mortos do massacre em Orlando, na Flórida.
Há exatamente um ano, em 12 de junho de 2016, o americano Omar Mateen entrou na boate atirando. Além das vítimas fatais, 58 pessoas ficaram feridas. O ataque foi cometido em nome do grupo extremista Estado Islâmico (EI). Depois de três horas, o agressor foi morto pela polícia.
Prestes a se tornar um museu, o local abriu suas portas às 2h (locais) desta segunda-feira aos familiares das vítimas e sobreviventes do ataque, em uma cerimônia privada na presença das autoridades da cidade.
"Não importa o quão escura é a noite, o sol sempre volta a brilhar", declarou o prefeito de Orlando durante o encontro.
Do lado de fora, em frente ao bar rodeado de faixas com as cores do arco-íris, retratos das vítimas, velas, flores e ursinhos de pelúcia, centenas de pessoas prestavam homenagem às vítimas do tiroteio mais mortal da história recente dos Estados Unidos.
Quarenta e nove voluntários vestidos de anjos, com asas de PVC e telas brancas, cercavam o local, segurando velas. O "Exército dos Anjos" nasceu dias depois do ataque, para proteger as pessoas de luto dos manifestantes antigay.
"O único ponto positivo que podemos tirar de tudo isso é a enorme quantidade de amor e de preocupação que recebemos", declarou ao canal WFTV Viviana Torche, que participava da homenagem.
Christopher Hansen, também presente, disse ao jornal local Orlando Sentinel que conseguiu escapar da boate na noite do ataque e que permaneceu do lado de fora para ajudar os feridos.
"A emoção é grande demais para colocar em palavras. Voltei aqui várias vezes, mas hoje é diferente", disse ele ao jornal.
"É bonito de ver todas essas pessoas aqui para apoiar, lembrar e prestar homenagem às suas vidas", acrescentou.
No meio do dia, um pequeno grupo de manifestantes antigay levava um cartaz, que dizia "Todos os homossexuais arderão como bichas no inferno".
Enquanto isso, uma maioria aparecia com bonés, colares, ou camisetas com as cores do arco-íris e o slogan #OrlandoUnited.
As autoridades locais declararam esta segunda-feira "Dia de Orlando Unida", e o governador da Flórida, Rick Scott, proclamou 12 de junho o "Dia da Memória da Pulse", ordenando bandeiras a meio pau em todo o estado.
Scott visitou a boate nesta manhã, onde fez um minuto de silêncio.
"Este foi um ataque contra Orlando, nosso estado, contra a comunidade hispânica e a comunidade LGBT. Deixou um impacto que nós carregaremos conosco pelo resto de nossas vidas", afirmou Scott na sexta-feira.
A maioria das vítimas era de Porto Rico.
Na região metropolitana de Orlando vivem 2,3 milhões de pessoas. Uma em cada quatro é de origem hispânica, e metade dos hispânicos é porto-riquenha (cerca de 320.000), de acordo com o censo americano.
"Nosso amor está com Orlando", tuitou a organização LGBT Puerto Rico, em San Juan. O consulado do México em Orlando também fez uma cerimônia para relembrar as quatro vítimas mexicanas do ataque.
Milhares de pessoas devem se reunir em torno do lago Eola, no centro de Orlando, em uma vigília a partir das 19h (20h de Brasília). Na cerimônia, os nomes das vítimas serão lidos e a cantora Olga Tañón e o Gay Choir de Orlando vão se apresentar.
Mais tarde, às 22h (23h de Brasília), será encerrado o dia de homenagens com outra cerimônia em frente à boate Pulse.
Terapeutas do Centro de Assistência Orlando Unida, identificados com camisas amarelas, prestam assistência psicológica nas várias homenagens. Também foram mobilizados cães terapêuticos treinados para dar conforto.