As forças de elite do Irã lançaram um ataque com mísseis contra "bases terroristas" na região síria de Deir Ezzor, controlada pelos extremistas do Estado Islâmico, anunciou Teerã neste domingo.
O ataque, realizado no sábado com o lançamento dos mísseis do território iraniano, foi em "represália" pelos atentados perpetrados no dia 7 de junho contra o Parlamento iraniano e contra o mausoléu do aiatolá Komeini em Teerã e que foram reivindicados pelo Estado Islâmico, anunciaram os Guardiães da Revolução, as forças de elite iranianas.
Poucas horas antes, o guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Jamenei, havia prometido que o Irã "golpearia seus inimigos" para honrar "as famílias dos 'mártires'" mortos especialmente na Síria e no Iraque.
O Irã xiita é aliado da Síria há tempos nos combates contra os grupos fundamentalistas sunitas do Estado Islâmico, mas essa é a primeira vez que se sabe sobre um ataque iraniano com mísseis contra os extremistas no território sírio.
"Nessa operação, mísseis de médio alcance foram lançados das províncias de Kermanshah e do Curdistão. Uma grande quantidade de terroristas foi morta e seus equipamentos e armas destruídos", informou o comunicado dos Guardiães.
O ataque de represália iraniano teve como alvo "a base de comando (...) dos terroristas em Deir Ezzor, no leste da Síria", acrescentou.
De acordo com a imprensa iraniana, os mísseis recorreram uma distância de 650 km, sobrevoando o território iraquiano, até atingir seus alvos em Deir Ezzor.
Após o duplo atentado em Teerã há 10 dias, os Guardiães haviam prometido que "vingariam o sangue inocente derramado".
As autoridades iranianas acusaram a Arábia Saudita e os Estados Unidos de apoiar os grupos extremistas atuando contra o Irã.
A república islâmica desenvolveu nos últimos anos um amplo programa balístico com numerosos tipos de mísseis com um alcance de 2.000 km.
O Senado americano votou na quinta-feira a favor de uma nova lei para adotar sanções contra o Irã, acusado de "apoiar atos terroristas internacionais" e por seu programa balístico.
Teerã, por sua vez, denunciou na sexta-feira que essa votação era "totalmente ilegal e ilegítima". "As forças armadas iranianas continuarão defendendo a segurança e os interesses do país", declarou Bahram Ghassemi, porta-voz do ministério das Relações Exteriores, acrescentando que "o programa balístico do Irã é totalmente legítimo".