O vice-presidente do Equador, Jorge Glas, pediu nesta quarta-feira (21) que se investigue a presença histórica da Odebrecht no país e os supostos subornos da empresa, que ele acusou de ser "uma máfia organizada". Em discurso perante a Comissão de Controle na Assembleia Nacional, Glas pediu que "se examine tudo e a todos, não só agora". A informação é da agência EFE.
"A fé pública demanda que se examine 40 anos atrás. De onde surgiram fortunas de determinados atores, e alguns deles, inclusive agora são atores políticos", disse o vice-presidente em uma sessão que foi transmitida por rádio e televisão.
Glas acrescentou que "se fala de quase US$ 800 milhões em pagamentos corruptos por parte da máfia da Odebrecht, porque já não podemos falar da empresa Odebrecht, é uma máfia organizada em 12 países".
Ao apresentar uma lista de projetos nos quais a construtora brasileira participou no Equador, lembrou que esta não chegou ao país no governo de Rafael Correa, que liderava o projeto chamado "Revolução Cidadã", mas em 1987, razão pela qual insistiu que "tudo tem que ser investigado".
Em dezembro do ano passado, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos indicou que a Odebrecht tinha supostamente pago US$ 788 milhões em subornos em 12 países da América Latina e da África.
O relatório dos EUA detalhou que, no caso do Equador, entre 2007 e 2016 a construtora supostamente pagou subornos de mais de US$ 35,5 milhões a "funcionários do governo", o que supostamente lhe gerou benefícios de mais de US$ 116 milhões.
Até agora, a polícia do Equador deteve para investigações cinco pessoas em relação com o caso Odebrecht, e outra está em detenção domiciliar. Nesse sentido, o vice-presidente disse que foi "tremendamente duro" saber da detenção de um tio seu, agora em detenção domiciliar por ter mais de 65 anos.
Glas, que pediu para ir à Comissão de Controle para expor sua versão sobre o caso e responder aos opositores que pretendem vinculá-lo à Odebrecht, disse que falava "como cidadão, que se viu confrontado desde outubro do ano passado com uma campanha de destruição de imagem orquestrada, programada com apoio de certos meios de comunicação".
O vice-presidente, que foi reeleito para o cargo nas eleições do último mês de abril, assegurou que "não há uma só prova (...) absolutamente nada", contra ele.