O furacão Irma continuava atingido a Flórida nesta segunda-feira (11), onde ventos violentos e intensas chuvas deixaram três mortos, após causar ao menos 27 mortes em sua passagem pelo Caribe.
Este gigantesco fenômeno do tamanho do Texas foi rebaixado à categoria de tempestade tropical após tocar terra na costa oeste da Flórida, nos Estados Unidos, com ventos de 135 km/h.
O furacão Irma oscilou entre a categoria 5, a mais alta na escala de intensidade dos ciclones tropicais, e a categoria 2, com ventos sustentados entre 240 e 295 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC, em inglês).
Irma, que surgiu no final de agosto diante da costa africana e chegou na quarta-feira (6) às Antilhas, superou o recorde do tufão Haiyan de 2013, nas Filipinas, ao gerar ventos de 295 km/h durante mais de 33 horas, contra as 24 horas do fenômeno filipino.
Segundo as declarações dos governos envolvidos, o balanço provisório é de 30 mortos: 10 na parte francesa de Saint Martin e em Saint Barth, seis nos territórios britânicos de ultramar, quatro nas Ilhas Virgens americanas, quatro na parte holandesa de Saint Martin, dois em Porto Rico, três na Flórida e um em Barbuda.
Irma provocou no domingo (10) as suas primeiras vítimas no sul e no oeste da Flórida, com três pessoas mortas em acidentes de carro manifestamente provocados pelos fortes ventos e pelas intensas chuvas.
O furacão, que ganhou força durante a noite, passando para categoria 4, atingiu no domingo (10) pela manhã a ilha de Key West, no extremo sul da Flórida, com ventos de 215 km/h.
À tarde, rebaixado à categoria 2, tocou terra na costa oeste desse estado. Nesta segunda-feira (11) de manhã, seu centro estava a 40 km a nordeste de Tampa. Irma se dirigia para norte/noroeste a 24 km/h e deve enfraquecer e cair para a categoria de tempestade tropical conforme avançar para o norte da Flórida e para o sul da Geórgia durante esta segunda.
No total, 6,3 milhões de habitantes receberam a ordem de evacuação na Flórida, onde Trump declarou estado de catástrofe natural, permitindo o desbloqueio de fundos federais. O estado de emergência estava em vigor na Flórida, Geórgia, Carolina do Sul e Virgínia.
Irma passou na sexta-feira (8) pelo sudeste das Bahamas e não deixou vítimas ou danos.
Cuba sofreu o impacto de Irma no sábado às 03h00 GMT (00h00 de Brasília) com rajadas de vento estimadas em 260 km/h, segundo o NHC. "Afetou gravemente" as províncias de Camagüey e de Ciego de Ávila, de acordo com as autoridades. Os Keys, as ilhas turísticas que beiram o litoral, permaneciam isoladas do mundo no sábado à noite.
As primeiras informações mencionam grandes danos materiais, mas não foi registrada nenhuma morte oficialmente.
Chuvas de forte intensidade atingiram Cuba durante horas antes da chegada de Irma. Um milhão de pessoas foram evacuadas por precaução e o fornecimento de energia foi interrompido de maneira preventiva, segundo as autoridades.
No Haiti a passagem do furacão causou inundações e deixou vários feridos no nordeste do país, informou o serviço de Proteção Civil. O furacão passou um pouco mais ao norte do que o previsto, o que fez o impacto no país, um dos mais pobres do mundo, menor do que o esperado.
Na quinta-feira, o furacão começou a atingir a República Dominicana. Os ventos de 285 km/h e as chuvas obrigaram a retirada de quase 20.000 pessoas. Ao menos 2.135 casas ficaram danificadas.
O furacão atingiu a parte norte de Porto Rico na manhã de quinta-feira (9), com ventos de até 295 km/h, que provocaram cortes no fornecimento de energia elétrica e fortes chuvas. Pelo menos duas pessoas morreram e mais da metade da população de três milhões de habitantes ficou sem eletricidade.
Pelo menos quatro pessoas morreram nas Ilhas Virgens americanas depois da passagem do furacão, e provocou grandes danos materiais.
Nas ilhas britânicas, o governo local anunciou um balanço de cinco mortes.
O furacão atingiu a ilha francesa de Saint Barth, e depois Saint Martin, que inclui uma parte francesa e outra holandesa, na quarta-feira. De acordo com o serviço de meteorologia francês, os ventos alcançaram os 360 km/h.
Dez pessoas perderam a vida na zona francesa de Saint Martin e quatro na parte holandesa. Os danos são enormes e Paris e Haia denunciaram saques.
Os danos provocados em Saint Barth e na parte francesa de Saint Martin foram avaliados em 1,2 bilhão de euros.
No arquipélago britânico de Anguilla, um homem morreu no desabamento de uma casa.
Irma atingiu a ilha de Barbuda na quarta-feira (6) às 06h00 GMT (03h00 de Brasília) com ventos que alcançaram os 295 km/h, deixando um morto. O primeiro-ministro, Gaston Browne, disse que a ilha ficou "totalmente devastada".
Outro furacão, José, de categoria 4, avançava no sentido oeste. Mas ao contrário do que se previa, o núcleo passou a 135 km da ilha francesa de Saint Barth e a 125 km da franco-holandesa Saint Martin, muito afetadas pela passagem do Irma, mas sobre o Atlântico se enfraqueceu e não ameaçou zonas habitadas.
Um terceiro furacão, Katia, provocou duas mortes no sábado no México antes de se enfraquecer e se converter em depressão tropical.