Três dias depois de atingir o sudeste dos Estados Unidos como um potente furacão, Irma continua provocando mortes no estado da Flórida, onde nesta quarta-feira (13) foi relatado o falecimento de oito idosos por problemas ligados ao corte no fornecimento de energia.
O jornal Sun-Sentinel reportou nesta quarta, citando o Broward County Medical Examiner's Office, que os oito residentes falecidos de uma casa de repouso tinham entre 71 e 99 anos.
Fontes oficiais tinham reportado anteriormente seis mortes.
Mais de quatro milhões de lares e lojas ainda não tinham eletricidade no estado, onde vive um grande número de aposentados, e são comuns as temperaturas superiores aos 30º C e forte umidade.
Estas oito mortes "podem estar relacionadas com a falta de energia elétrica (causada) pela tempestade", disse Tomás Sánchez, chefe de polícia de Hollywood, cidade ao norte de Miami onde se localiza a residência para idosos.
Se estas vítimas fatais forem acrescentadas oficialmente à cifra de mortos pelo Irma, o balanço provisório será de 20 na Flórida e quase 40 no Caribe.
"Esta situação é inimaginável", disse o governador da Flórida, Rick Scott, que exigiu "respostas sobre como esta tragédia aconteceu".
"Peço a todos os serviços de emergência que verifiquem imediatamente (...) se os lares de idosos e de assistência são capazes de garantir a segurança de seus moradores", disse em comunicado.
"O mais difícil é não ter água ou eletricidade, e não saber quando voltará", disse Stasia Walsh, de 70 anos, cujo terreno na cidade de Naples foi gravemente impactado pelo Irma.
Mais ao sul, a reabertura da estrada para Key West permitiu que os evacuados começassem a retornar aos Keys da Flórida, onde 85% dos lares estão destruídos ou danificados, segundo a Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema).
Nesta quarta-feira, o aeroporto de Miami ainda operava com 50% de sua capacidade.
Como costuma ocorrer nos Estados Unidos depois de catástrofes semelhantes, dezenas de celebridades participaram na terça-feira à noite de um "telethon", que arrecadou 44 milhões de dólares para os atingidos pelo furacão Irma, e também pelo Harvey, que passou pelo Texas no fim de agosto e provocou gigantescas inundações.
O programa, que contou com o cantor Justin Bieber, os atores George Clooney, Robert de Niro e Julia Roberts, motivou alguns ataques ao presidente americano, Donald Trump, e sua negativa em reconhecer a existência das mudanças climáticas.
"Qualquer um que acredite que o aquecimento global não existe deve ser cego ou estúpido", declarou o cantor Stevie Wonder, que é cego, com um tom irônico.
"Os efeitos das mudanças climáticas se manifestam em todo o mundo, todos os dias", assinalou a cantora Beyoncé em uma mensagem de vídeo.
Trump, que tem previsto viajar para a Flórida para avaliar os danos pessoalmente, aproveitou o impacto dos furacões para defender seu projeto político: "com a devastação de Irma e Harvey, os cortes de impostos e a reforma tributária são mais necessários do que nunca", tuitou.