México intensifica esforços para encontrar crianças em escola

Mais de 100 socorristas procuram sobreviventes entre os escombros da escola que desabou após o terremoto no México
Gabriel dos Santos
Publicado em 21/09/2017 às 6:30
Mais de 100 socorristas procuram sobreviventes entre os escombros da escola que desabou após o terremoto no México Foto: Foto: AFP


Mais de 100 socorristas e militares concentravam esforços para localizar crianças com vida nos escombros de uma escola destruída pelo terremoto de terça-feira no México, mas na madrugada de quinta-feira as autoridades haviam localizado apenas uma menina que não teve o nome revelado.

Vinte e uma crianças morreram na escola Enrique Rebsamen, na zona sul da Cidade do México, uma das áreas mais afetadas pelo terremoto de 7,1 graus. Em todo o país, o balanço alcança 233 vítimas fatais.

"Sabemos que há uma menina com vida dentro (da escola destruída), o que não sabemos é como chegar até ela sem provocar o risco de colapso e sem arriscar a vida dos socorristas", afirmou ao canal Televisa o almirante José Luis Vergara, que coordena o resgate.

A esperança por um milagre diminuía com o passar das horas. Na quarta-feira à noite, socorristas afirmaram ter visto cinco menores de idade com vida, enquanto outros, com equipamentos térmicos, indicaram ter detectado ao menos três corpos com vida.

Mas Vergara prefere não criar falsas expectativas. Ele disse que conseguiu falar rapidamente com a menina, que recebeu água e oxigênio. 

Ela disse que está "muito cansada", relatou o militar.

O nome da jovem é um mistério. Algumas horas antes, a imprensa local chegou a divulgar uma identificação, que não foi confirmada.

Trabalho difícil 

A retirada dos escombros era cirúrgica. As autoridades mediam com cuidado as hastes de metal que eram colocadas para sustentar a construção.

Em vários momentos os socorristas ficavam com o punho em riste, sinal para pedir silêncio, registrado em toda da Cidade do México. Eles prestavam atenção para detectar algum sinal de vida ou falar com os voluntários que entravam nos escombros.

O silêncio se prolongava por até meia hora. Os socorristas permaneciam atentos, parados, com grande expectativa e sussurros entre eles.

"Estamos trabalhando com câmeras térmicas e cães farejadores. No momento estamos em silêncio absoluto para ouvir os sobreviventes. Eles podem gritar ou bater nas paredes", disse à AFP Pamela Díaz, de 34 anos, que desde terça-feira trabalha no resgate.

O local virou o símbolo da tragédia no país.

"Não há poder humano que possa imaginar o que estou passando", desabafou Adriana Fargo, enquanto aguardava notícias da filha de sete anos desaparecida sob as ruínas da escola Enrique Rebsamen.

Na terça-feira à tarde, o centro do México foi sacudido por um tremor de 7,1 graus, no mesmo dia em que o devastador terremoto de 1985 completava 32 anos.

 Até o momento, 233 pessoas morreram no tremor.

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