O ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, disse nesta quinta-feira (21) que a negociação continua sendo a "única alternativa" para frear o programa militar e nuclear da Coreia do Norte, após a reticência dos Estados Unidos e do Japão para retomar o diálogo com Pyongyang.
"Ainda há esperança de paz e não devemos nos dar por vencidos. A negociação é a única saída e merece todos os esforços", disse Wang ante a Assembleia Geral da ONU.
"Pedimos a todas as partes que tenham um papel construtivo no alívio das tensões. As partes devem estar na metade do caminho, cada uma atendendo as suas legítimas preocupações", disse.
Dois dias antes, em seu discurso na ONU, o presidente americano, Donald Trump, ameaçou "destruir totalmente" a Coreia do Norte em caso de se chegar a um conflito bélico.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, também disse que seria inútil iniciar outra rodada de diálogos depois que a Coreia do Norte realizou recentemente o seu sexto teste nuclear e lançou mísseis que sobrevoaram o Japão.
A China, única nação asiática cujo arsenal nuclear é reconhecido sob o Tratado de Não Proliferação, advertiu contra o desenvolvimento de armas nucleares ante o crescente chamado da Coreia do Sul e do Japão de poder ter as suas próprias armas para se defender.
"Não deveria existir novos Estados dotados com armas nucleares, tanto no norte como no sul da península (coreana), como no nordeste da Ásia, ou em outras partes do mundo", disse Wang.
A China é o único país com maior influência sobre Pyongyang, de quem é aliado econômico, mas teme as consequências de um colapso do governo de Kim Jong-Un.
Wang, cujo país recebeu insistentes pedidos dos Estados Unidos de tomar um posicionamento mais duro contra Pyongyang, disse em seu discurso que a Coreia do Norte "não deve avançar em uma direção perigosa".