O governo espanhol assumiu neste sábado (23) o controle sobre as operações realizadas pela polícia regional catalã, uma nova medida com objetivo de impedir o referendo de independência marcado para o dia 1º de outubro, o que enfureceu os separatistas.
Em uma reunião realizada em Barcelona, a procuradoria superior da Catalunha determinou que um funcionário do alto escalão do ministério espanhol do Interior coordene as operações da polícia nacional, da Guarda Civil e da polícia autônoma da Catalunha, para reforçar o dispositivo encaminhado para impedir a consulta, proibida pela justiça.
O governo independentista catalão, decidido a realizar o referendo, denunciou a decisão como sendo uma "ingerência", uma vez que a medida põe sob controle do ministério espanhol do Interior e da polícia regional os Mossos d'Esquadra.
"Denunciamos a vontade de intervir nos Mossos d'Esquadra", disse o conselheiro catalão do Interior, Joaquim Forn, ressaltando que seus serviços estão "estudando" algum recurso. "Não entendemos e por isso criticamos veementemente" a decisão do governo espanhol, comunicou o Sindicato Autônomo da Polícia (SAP).
O responsável pelos Mossos também informou em nota que "cumprirá" as ordens da procuradoria, embora "não concorde" que sua atividade seja "tutelada por um órgão dependente do Ministério do Interior".
Um porta-voz do ministério explicou que o intuito da decisão "não supõe que seja retirada nenhuma competência dos Mossos d'Esquadra". O objetivo, acrescentou, é "reforçar o dispositivo" encaminhado a impedir a realização do referendo.