Os habitantes de Berlim votaram no domingo por ampla maioria para manter aberto o aeroporto de Tegel, um revés para a prefeitura, assim como para a chanceler Angela Merkel.
No total, 56,1% dos berlinenses votaram no domingo em um referendo de iniciativa popular para a manutenção de Tegel, de acordo com os resultados oficiais.
As consequências da votação, no entanto, ainda não são claras. A cidade de Berlim e o governo não anteciparam suas intenções.
Do ponto de vista legal, o fim das operações em Tegel (TXL) deve coincidir com a abertura de seu sucessor, o aeroporto de código BER.
Mas por uma série de problemas - negligência ou corrupção - a inauguração do novo aeroporto, prevista para junho de 2012, nunca aconteceu e ainda não tem data de abertura. Assim, o antigo aeroporto segue em operação.
Aproveitando a situação, o partido liberal FDP conseguiu organizar a consulta para "salvar Tegel".
Seu argumento principal é que o BER, mesmo que entre em funcionamento amanhã, não será suficiente: em 2017 são esperados 35 milhões de passageiros na cidade e o novo aeroporto terá capacidade para 22 milhões.
O resultado de domingo pode complicar ainda mais a formação de um governo federal. Após as legislativas de domingo, Merkel não tem outra opção a não ser criar uma aliança de seu partido, CDU, com o FDP e os Verdes.
Mas o partido ecologista fez uma campanha intensa pelo "não" no referendo. A chanceler também é favorável ao fechamento.