A Organização Mundial de Saúde (OMS) advertiu, nesta segunda-feira (25), para o risco de uma epidemia de cólera nos acampamentos de refugiados rohingyas de Bangladesh, onde mais de 435 mil pessoas encontraram abrigo, após fugirem da violência em Mianmar.
Um mês depois do início desse novo êxodo da minoria muçulmana perseguida em Mianmar, os rohingyas se instalaram em 68 acampamentos no sul de Bangladesh.
Não têm acesso à água potável, nem a infraestruturas sanitárias.
"O risco de doenças transmitidas pela água é elevado. Há, em particular, um risco elevado de cólera", declarou a OMS, em um comunicado.
Pelo menos dez refugiados rohingyas morreram em Bangladesh, principalmente, por ferimentos a bala, ou pela explosão de minas antipessoais em Mianmar, segundo fontes locais.
Cerca de 4.500 pessoas foram atendidas com quadro de diarreia em um mês, e 80 mil crianças foram vacinadas contra sarampo e poliomielite.
"Fazemos o que podemos, mas estamos preocupados", reconheceu o diretor adjunto dos serviços de Saúde de Bangladesh, Enayet Hossain.
Na semana passada, a ONG Médicos sem Fronteiras já havia alertado que os acampamentos de rohingyas reúnem todas as condições de uma catástrofe sanitária em gestação.