A Câmara dos Deputados do Japão foi dissolvida nesta quinta-feira, por decisão do primeiro-ministro conservador, Shinzo Abe, para que haja eleições antecipadas, nas quais os governistas enfrentarão a prefeita de Tóquio, Yuriko Koike.
"Em virtude do artigo sete da Constituição, a Câmara foi dissolvida", declarou em sessão plenária seu presidente, Tadamori Oshima.
"Banzai, banzai, banzai" (longa vida ao imperador), gritaram os deputados erguendo os braços, antes de abandonar o local.
"Um combate difícil começa hoje", disse Abe a sua bancada. "Devemos resolver o problema dos mísseis e do programa nuclear norte-coreano, e temos a responsabilidade de melhorar a vida dos cidadãos".
Na segunda-feira passada, Abe adiantou que as eleições devem acontecer em 22 de outubro, e justificou sua decisão por seu desejo de expor a gestão da economia à aprovação dos eleitores.
O primeiro-ministro propõe um novo plano de incentivo econômico de 2 trilhões de ienes (15 bilhões de euros) até o fim do ano, a gratuidade de parte do Ensino e outros dispositivos financeiros, o que afasta a perspectiva de saneamento das finanças públicas.
Abe também que confirmar sua posição em relação à crise envolvendo a Coreia do Norte, após declarar que é preciso "usar todos os meios para aumentar ao máximo a pressão" Pyongyang.
No âmbito político, o primeiro-ministro quer aproveitar o momento ruim de seu principal rival, o Partido Democrata (centro-esquerda), que acaba de mudar de presidente e perdeu vários de seus líderes.
Além disso, Abe tenta frear o ímpeto de Yuriko Koike, de 65 anos, que anunciou na segunda-feira a criação do Partido da Esperança, para apresentar candidatos às legislativas.
Com o partido "Tomin First" (os cidadãos da capital em primeiro lugar), Koike infligiu uma derrota histórica ao partido de Abe nas eleições para renovar a assembleia de Tóquio, há algumas semanas.