O Facebook anunciou, nesta segunda-feira (2), novas ferramentas criadas para combater tentativas de manipulação política através de conteúdos patrocinados publicados na redes social. Elas incluem a contratação de mil pessoas e a criação de critérios mais restritivos para anunciantes.
Conforme tinha prometido, o grupo vai entregar nesta segunda o conteúdo de cerca de 3 mil anúncios publicados entre 2015 e 2017, financiados por "uma entendida russa chamada Internet Research Agency". Muitos deles, segundo o Facebook, "parecem estimular as divisões sociais e raciais nos Estados Unidos", escreveu em um comunicado Joel Kaplan.
Nas redes sociais e nos motores de busca, é possível dirigir mensagens a públicos determinados, graças a algoritmos criados sobre o perfil dos usuários.
Neste contexto, as autoridades americanas investigam uma possível ingerência russa na campanha eleitoral de 2016, que elegeu Donald Trump.
"Demos esses conteúdos ao Congresso porque queremos cumprir nossa tarefa de ajudar os investigadores a entender melhor a ingerência russa no sistema político americano e explicar essas atividades ao público", afirmou o grupo.
O Facebook também detalhou outras medidas para supervisionar melhor os conteúdos patrocinados. Além do material em si, o grupo prometeu analisar "o contexto em que foi financiado e a qual público é direcionado".
A empresa também vai direcionar "mais de mil pessoas em equipes encarregadas de supervisionar os conteúdos patrocinados no mundo todo e vai investir mais no aprendizado das máquinas para identificar e apagar melhor conteúdos publicitários".
O Facebook ainda vai criar critérios mais restritivos para os anunciantes. Além de proibir "conteúdos chocantes, ameaças diretas" e posts que promovam armas de fogo, o grupo vai banir conteúdos patrocinados que expressem mensagens de violência "de forma mais sutil".
A rede social também quer exigir mais informações dos anunciantes interessados em publicar mensagens "relativas às eleições nacionais americanas". "Os anunciantes em potencial terão que confirmar que empresa, ou organização representam antes de poder comprar" o espaço publicitário, disse.
Trata-se de "dificultar as tentativas de influência", apontou o Facebook, que está na mira do Congresso neste tema, bem como o Twitter e o Google.