Espiões israelenses puderam observar em tempo real como os serviços de inteligência russos rackearam computadores em todo o mundo em busca de informações sobre a inteligência americana, revelou nesta quarta-feira (11) o New York Times.
Os serviços israelenses conseguiram ver como, há mais de dois anos, os russos se introduziram em sistemas informáticos graças ao popular sistema antivírus da empresa russa Kaspersky Lab, usado por cerca de 400 milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo agências federais americanas até recentemente, informou o NYT, citando autoridades.
Os israelenses decidiram avisar seus colegas americanos sobre a intrusão, o que levou à desinstalação de todos os programas da Kaspersky dos computadores do governo americano.
Usando este antivírus como um cavalo de Tróia, os serviços russos conseguiram ter acesso a documentos da Agência de Segurança Nacional (NSA), que já foi vítima de roubo de documentos por Edward Snowden em 2013.
Nesse caso particular, os russos roubaram documentos classificados que um funcionário da NSA havia armazenado em seu computador pessoal, um assunto revelado em 6 de outubro pelo Wall Street Journal.
A sociedade Kaspersky Lab afirmou, na ocasião, que não havia evidências de qualquer conluio com os serviços de inteligência russos.
"Para todos os nossos especialistas, abusar da confiança de nossos usuários para facilitar a espionagem de um governo seria contrário à nossa ética", explicou o fundador do programa, Eugene Kaspersky, em seu blog.