Venezuela afirma que EUA e UE tentam 'ignorar' eleições regionais

Ministério das Relações Exteriores diz que eleições expressam vontade soberana do povo venezuelano
AFP
Publicado em 17/10/2017 às 6:44
Ministério das Relações Exteriores diz que eleições expressam vontade soberana do povo venezuelano Foto: Foto: AFP


O governo da Venezuela afirmou que Estados Unidos e União Europeia tentam "ignorar" a vontade do povo venezuelano expressada nas eleições regionais de domingo.

"A Venezuela rejeita categoricamente as tentativas do governo dos Estados Unidos da América de ignorar a vontade soberana do povo venezuelano, exercida através do voto em 15 de outubro, em estrito apego a sua Constituição", afirma um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), acusado de atuar em favor do governo, anunciou que o chavismo venceu em 17 dos 23 estados e oposição em cinco - o resultado de um estado ainda não foi definido. 

Os resultados não foram reconhecidos pela opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD). 

De acordo com a chancelaria, Washington busca apenas "estimular e respaldar os apelos ao caos, à instabilidade, à violência e ao extremismo promovidos por um setor minoritário da sociedade venezuelana". 

As eleições aconteceram após vários meses de protestos contra o governo de Nicolás Maduro que deixaram 125 mortos.  

Organização

Washington condenou na segunda-feira a organização das eleições regionais, ao destacar que não foram livres nem justas, ao mesmo tempo que reiterou apoio ao "povo venezuelano em sua busca por restaurar a democracia".

"A voz do povo venezuelano não foi ouvida", afirmou o Departamento de Estado em um comunicado.

A Venezuela, que chamou de "interferência" e "agressão" o comunicado de Washington, também afirmou que a União Europeia "questiona a vontade do povo venezuelano".

"Se comprova assim o plano traiçoeiro e desesperado, concebido em capitais europeias dias antes das eleições, para atacar nossa democracia", escreveu o chanceler Jorge Arreaza no Twitter.

O chanceler espanhol, Alfonso Dastis, afirmou que a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, "mencionou que os resultados (das regionais) são surpreendentes e é necessário averiguar o que aconteceu na realidade".

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