Juramento de governadores evidencia crise na oposição da Venezuela

O partido oposicionista Ação Democrática, um dos maiores do país, retirou seu apoio aos governadores que se subordinaram à Assembleia Constituinte
Estadão Conteúdo
Publicado em 24/10/2017 às 22:47
O partido oposicionista Ação Democrática, um dos maiores do país, retirou seu apoio aos governadores que se subordinaram à Assembleia Constituinte Foto: Foto: Federico Parra/AFP


Em meio ao acalorado ambiente político venezuelano, os conflitos internos da aliança opositora afloraram mais que nunca e ameaçam causar uma divisão. Nesta terça-feira, o partido oposicionista Ação Democrática, um dos maiores e mais antigos do país, retirou seu apoio aos quatro governadores que se subordinaram à Assembleia Constituinte.

Henry Ramos Allup, secretário-geral do partido, informou à imprensa a exclusão de Laidy Gómez, Antonio Barreto Sira, Alfredo Díaz e Ramón Guevara, governadores de Táchira, Anzoátegui, Mérida e Nova Esparta, respectivamente. O anúncio acontece um dia depois de quatro dos cinco governadores da oposição terem feito juramento na Constituinte, composta por governistas.

Aliança

A Mesa da Unidade Democrática (MUD), uma aliança integrada por quase trinta partidos opositores, havia antecipado que os governadores não fariam juramento ante um organismo considerado inconstitucional por muitos.

Como um sinal das divisões que atravessam a aliança opositora, o ex-candidato presidencial opositor e governador de Miranda, Henrique Capriles, questionou a honestidade de Ramos Allup e classificou de "fictícia" a exclusão dos governadores. "Não vou permitir que se continue mentindo à população", disse Capriles na rede social Periscope.

Capriles, que também é líder do partido Primeiro Justiça, disse que chegou a hora de a aliança opositora se reorganizar para conseguir uma mudança política no país vizinho. Sem dar detalhes, ele destacou que não faria parte da MUD enquanto Ramos Allup seguir liderando o partido e disse que o juramento dos governadores opositores implica no reconhecimento de um órgão "fraudulento". Fonte: Associated Press.

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