A justiça alemã anunciou nesta sexta-feira (20) uma investigação sobre uma funcionária da Agência de Imigração, suspeita de ter favorecido mais de 1.200 pedidos de asilo, principalmente da minoria yazidi.
A investigação, que envolve seis pessoas, foi aberta tanto por "corrupção" como por "depósito em grupo organizado de pedidos de asilo abusivos", afirmou a porta-voz do Ministério Público de Bremen, Claudia Kück, que coordena o trabalho.
O porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel, mencionou "suspeitas graves", principalmente contra a diretora de unidade de Bremen, norte do país, da Agência Federal para Imigração e Refugiados (BamF).
Entre os investigados também estão três advogados especializados em pedidos de asilo, um intérprete que a Promotoria chamou de "intermediário" entre os advogados e a funcionária da BamF, agência vinculada ao ministério do Interior.
"Partimos da base de que 1.200 processos de concessão abusivo de direitos de residência a solicitantes de asilo estariam vinculados com este caso", afirmou a porta-voz da Promotoria.
Mas, segundo o canal público ARD e o jornal Süddeutsche Zeitung, até 2.000 caso do tipo podem ter sido registrados entre 2013 e 2017.
A suspeita é de que os advogados relacionados com o caso enviavam sistematicamente pedidos de asilo procedentes de toda Alemanha, principalmente de yazidis, à diretora da unidade local da BamF.
A justiça investiga se a funcionária recebeu em troca "dinheiro ou convites a um restaurante".
Os yazidis, minoria de língua turca do Iraque e Síria, que seguem uma religião pré-islâmica, fugiram em massa depois da perseguição do grupo extremista Estado Islâmico (EI) quando este invadiu, a partir de 2014, grande parte do território dos dois países.